A oito dias para o início da data permitida para a realização das convenções partidárias – período em que as legendas devem oficializar as candidaturas que vão concorrer às eleições de 2014 – os nomes que vão representar a aliança majoritária da base aliada ao governo ainda são uma incógnita. A pressão aumentou nos últimos dias e aliados já cobram, abertamente, uma definição rápida do governador Cid Gomes (Pros) sobre quem será o candidato ao Palácio Abolição. Pela legislação eleitoral, os nomes devem ser escolhidos e homologados em convenções partidárias no período de 10 a 30 de junho.
Presidentes de partidos que compõem o grupo dizem que estão sendo cobrados por lideranças, sobretudo, do interior do Ceará, para a definição e a consequente montagem de estrutura para a campanha deste ano. Assim como Cid Gomes, os aliados desejam que a indicação também seja de um nome “de confiança”, uma vez que o candidato vai precisar “negociar espaços” com os demais partidos. Atualmente, o grupo cidista é formado por 22 legendas.
Para o vice-presidente regional do DEM, Chiquinho Feitosa, o diálogo deve começar o quanto antes e sem mais “enrolação” quanto a decisão de quem será o candidato à sucessão estadual. Ele diz que o DEM, assim como outros aliados, está preocupado com a demora de Cid no processo de escolha do nome da coligação, sugerindo que a decisão não ultrapasse o dia 20 de junho. “É uma questão que depende do conjunto de partidos que apoiam o governo”, salientou, justificando que o tempo será curto para avançar sobre os espaços ocupados por alguns nomes, como o senador Eunício Oliveira (PMDB) e o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR).
De outro lado, o democrata admite que a escolha do nome precisa passar pelo aval dos aliados, afirmando que, posteriormente, conversas internas serão realizadas para analisar a indicação de Cid Gomes. “Nós estamos aguardando o nome que o governador Cid Gomes vai apontar, esperando que ele tenha a capacidade necessária para governar o Estado, mas os nossos filiados têm pressa de saber de quem se trata para ver se ele será ou não aprovado pela maioria”, reforça, ressaltando que na semana passada, os democratas se reuniram para avaliar a demora pela escolha do nome.
Para José Airton Cirilo (PT), o processo adotado por Cid é complicado, porque, segundo justifica, se concentra numa decisão unilateral. “Acho essa forma de escolher candidato muito autoritária e acredito que ela não vai agradar a nenhum partido da base de apoio do governo”, enfatizou o petista, esclarecendo que não está sendo contra a coligação, apenas discorda da demora para dialogar sobre o nome apontado pelo governador Cid.
AINDA TEM TEMPO
O deputado Sérgio Aguiar (Pros) tenta minimizar a pressão e diz que o processo já foi iniciado com os encontros marcados para discutir o plano de governo a ser apresentado pelo candidato escolhido para disputar as eleições deste ano. “Muito mais que nomes, é preciso avaliar os avanços e o que precisa avançar”, pontuou. Segundo ressaltou, Cid Gomes tem um “jeito peculiar” de fazer suas avaliações e deve repetir o que aconteceu com a escolha do prefeito Roberto Cláudio (Pros) nas eleições de 2012. Sérgio Aguiar salientou que ainda há tempo para ouvir os aliados e fazer a indicação. Segundo ele, a hora, agora, é de ter paciência e não queimar etapas. (com informações de Tarcísio Colares).