Em reunião esvaziada, o Partido Republicano da Ordem Nacional (Pros) debateu, ontem, com partidos da base aliada, sugestões para as áreas de educação e segurança. Dos 22 presidentes dos partidos convidados, apenas seis compareceram à reunião. Os outros partidos enviaram apenas “representantes” de pouca expressão política. A reunião aconteceu em um auditório no Hotel Marina Park. Na ocasião, os secretários Maurício Holanda (Educação) e Servilho Paiva (Segurança) apresentaram os dados de suas respectivas pastas. Ao que tudo indica, a baixa participação dos dirigentes partidários é um reflexo da insatisfação de algumas lideranças, já manifestadas na primeira reunião, diante da demora da indicação do nome do candidato ao governo do Ceará que será apoiado pelo Pros e, principalmente, pela ausência do governador Cid Gomes nas discussões. O deputado estadual e presidente do PSDC, Ely Aguiar, foi um dos que revelou, publicamente, essa insatisfação. Após o primeiro encontro, na semana passada, Ely disse que quase todos os partidos pediram rapidez na indicação do candidato. “No PMDB, o candidato é o Eunício Oliveira. O Roberto Pessoa, lá de Maracanaú, também já está dizendo que vai disputar. A indefinição só existe por parte do Governo do Estado. E os partidos estão achando que o governo está perdendo tempo ao demorar nessa indicação”, disse. O parlamentar ainda completou afirmando que cabe aos políticos debater sobre articulações políticas e que reuniões temáticas devem acontecer com os secretários e técnicos para discutir os planos de governos. O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Diassis Diniz, também mostra que está incomodado com a demora da escolha dos nomes. “Da nossa parte, o PT tem seus mecanismos que pressupõem o debate interno. Conceitualmente queremos dar opinião acerca do nome que for indicado. Queremos avaliar se o nome dialoga com a base do partido, se tem a marca partidária incorporada, se constrói um diálogo social, se tem perfil, de forma que toda essa construção deixada para última hora não é razoável. Dissemos isso na primeira reunião”. O dirigente afirmou, ainda, que o PT também tem prazos a cumprir. “Fizemos chegar não só ao presidente Danilo Serpa, mas também ao governador Cid Gomes, sobre nosso interesse de fazermos essa discussão. O PT tem uma deliberação nacional. O nosso prazo caminha para a convenção nacional, marcada para o dia 21”. Porém, Diassis disse que um dia antes, no diretório nacional, “o partido já irá homologar as candidaturas”. O presidente do PT afirmou, também, que a posição do partido é estar na chapa majoritária e marcar presença com o nome do deputado federal José Guimarães. “A eles, nós vamos dizer mais uma vez que precisamos construir esse caminho para que, na reunião do diretório nacional, o PT do Ceará apresente qual o modelo de construção feita com a chapa majoritária”. Sobre o caso de o Pros não definir nomes até o prazo estipulado, Diassis é enfático. “Se o Pros não decidir, politicamente sempre tem um caminho para as soluções na política. O fundamental não é submeter a política ao prazo, mas submeter a política à própria política. Tudo indica que o curso da campanha está pautado e está nas ruas”. EDUCAÇÃO E VIOLÊNCIA O encontro temático serviu para debater sugestões para duas áreas: segurança e educação. Com os bons números alcançados na área, a educação não provoca opiniões antagônicas dentro do grupo, ao contrário, parece existir um consenso de que o Ceará está no caminho certo. A polêmica fica por conta das questões ligadas à área da segurança pública. Com a violência crescente, os partidos aliados não escondem a insatisfação, embora o governo diga que está “tudo bem”. Para Diassis, a segurança é um assunto emblemático, uma vez que, mesmo com os “pesados” investimentos o governo não vem conseguindo bons resultados. “Mesmo com a política agressiva de investimentos, o resultado concreto deste investimento não se apresentou de forma plena”, criticou o petista. Já para o secretário de Segurança do governo do Estado, Servilho Paiva, a segurança está dando bons resultados. “Eu acho que a segurança está no caminho certo. Estamos plantando as balizas. Porém, os resultados não aparecerão com passe de mágica nem com varinha de condão, mas aparecerão quando houver continuidade nos investimentos e nas ações específicas”, disse.