Pré-candidata do PSB ao Governo, Nicolle Barbosa usa os perfis nas redes sociais para conversar com internautas e comentar temas cotidianos
Foto: KID Júnior
Enquanto as definições de candidaturas e as campanhas eleitorais não chegam, os pré-candidatos cearenses ao Governo já investem na composição de suas imagens nas mídias sociais. Eunício Oliveira (PMDB), Nicolle Barbosa (PSB) e parte dos pré-candidatos do PROS têm movimentado intensamente seus perfis no Facebook, Twitter, Instagram e outras redes sociais.
O senador Eunício possui uma página oficial do mandato desde 2011, com mais de 25 mil seguidores, e mantém uma equipe para atualizá-la. Além do site oficial e das contas no Twitter, Youtube e Instagram, ele também atualiza constantemente o perfil pessoal no Twitter com suas atividades políticas.
Já a pré-candidata do PSB ao Governo, Nicolle Barbosa, criou uma página oficial em novembro do ano passado, mas passou a usá-la constantemente apenas neste mês. Diferente da maioria dos pré-candidatos, ela mantém o tom pessoal em suas contas no Instagram e Twitter, conversando com internautas, convidando-os a participar de eventos ou comentando assuntos cotidianos.
Segundo a empresária, as redes sociais são instrumentos importantes em qualquer tipo de negócio. "Eu não usava essas redes, mas passei a usar de forma diferente, adequando às estratégias (eleitorais)", aponta a pré-candidata. Ela afirma que a movimentação tem dado retorno, com interação de eleitores que apoiam a candidatura dela.
O deputado Mauro Filho (PROS) também investe intensamente em sua imagem nas redes sociais. Ele afirma ser o quinto deputado com mais seguidores nas redes sociais do Brasil. Ele conta com um perfil pessoal bastante movimentado e uma página pública oficial que já acumula quase 68 mil seguidores.
Exposição
O parlamentar, que vem intensificando as atualizações nos últimos meses, planeja diversificar ainda mais sua exposição com a publicação de vídeos sobre assuntos factuais. Ele contratou uma pessoa para trabalhar no seu gabinete com a função de administrar as páginas e mantê-las atualizadas diariamente.
"O objetivo é deixar o meu mandato muito mais exposto", justifica. De acordo com o parlamentar, embora a televisão e os jornais também sejam importantes para a divulgação de assuntos referentes ao mandato, o alto número de seguidores de seus perfis demanda que ele se comunique de forma mais direta com a população.
Também de olho na candidatura pelo PROS, o presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque, criou uma página oficial no Facebook (assim como no Twitter e no Instagram) e já o atualizou com matérias a respeito de atividades da Casa e do mandato. Até o fechamento da matéria, a página contava com 503 seguidores.
Questionado a respeito da página, o parlamentar limitou-se a dizer que estava "se atualizando". "Todo mundo hoje tem um (perfil no) Facebook, posta alguma coisa, então fiz também", justifica. O deputado nega que a criação tenha alguma relação com a pré-candidatura ao Governo e afirma que a página irá conter informações a respeito de sua vida parlamentar.
Ao contrário de seus adversários, o vice-governador Domingos Filho (PROS) é o único que não mantém perfil pessoal ou página oficial nas redes sociais. A ex-secretária estadual de Educação Izolda Cela (PROS) e o ex-ministro dos Portos Leônidas Cristino (PROS), também pré-candidatos do PROS, mantêm um perfil pessoal no Facebook, mas não permitem que outros usuários sigam as publicações.
Apoiadores da candidatura de Izolda ao Governo chegaram a criar uma página em apoio ao nome da ex-secretária, mas, após questionamento do Ministério Público Eleitoral, o endereço foi retirado do ar. Hoje ainda é possível encontrar no Facebook um grupo também em defesa de Izolda Cela, com pouco mais de 2.500 membros, entre os quais os deputados Ivo Gomes (PROS) e André Figueiredo (PDT).
O procurador regional eleitoral do Ceará, Rômulo Conrado, afirma que as redes sociais são um instrumento válido para a divulgação das atividades parlamentares, mas é preciso ter cautela para não pedir votos. "Quem é parlamentar pode divulgar o mandato, mas não pode falar em candidatura. É uma linha tênue", afirma.
Marqueteiros
Segundo o professor Jamil Marques, do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará, é inevitável que os agentes políticos possuam perfis nas redes sociais porque os eleitores estão lá. "Os agentes políticos e os marqueteiros percebem que é fundamental se manter nas redes e esse comportamento acaba se intensificando na época das eleições, quando se quer aproveitar a imagem de maneira mais cuidadosa, aparecer de forma positiva e aberta à discussão", explica.
Ele critica a mudança de postura que políticos apresentam na época pré-eleitoral e ao assumirem o mandato. "Depois que são eleitos, a ideia é se fechar às críticas e usar a assessoria basicamente para fomentar a imagem pública daquela pessoa, diferente do posicionamento no período pré-eleitoral", avalia.
Marques afirma que, embora nem toda a população tenha acesso à Internet e mídias sociais, o que os políticos falam em seus perfis acaba sendo repercutido por outros veículos. "O acesso (às informações dos políticos nas redes sociais) se dá de diferentes maneiras. Mesmo que não se tenha um computador em casa, a pessoa fica sabendo pelo rádio, pelos jornais ou mesmo por outras pessoas", aponta.