Tin Gomes, dirigente do PHS Ceará, diz que o partido não deve se coligar a outras siglas e quer eleger dois deputados estaduais e um federal
FOTO: ÉRIKA FONSECA
Os candidatos a cargos proporcionais (deputados estaduais e federais) não escondem a inquietação quanto à formação das alianças para a disputa do voto no dia 5 de outubro vindouro. Os que formam nas fileiras dos partidos menores admitem coligação com até oito agremiações, contanto que o somatório dos votos possa permitir a eleição de um ou mais representante do grupo.
A reportagem do Diário do Nordeste conversou com representantes de dez dessas legendas conhecidas como "nanicas" para saber quais os encaminhamentos estão dando, visando o pleito deste ano, mesmo sem definições de candidatos aos cargos majoritários (senador e governador). Alguns partidos terão aliança para disputa de vaga na Câmara dos Deputados diferente da que buscará vagas na Assembleia Legislativa.
A preocupação com o somatório de votos para a eleição de um deputado estadual ou federal, norteia a formação das coligações. Os dirigentes dos pequenos partidos tomam por base a votação que os principais representantes de suas siglas podem conseguir para que , somados aos dos demais outros candidatos possam garantir suas eleições. Eles geralmente preferem se aliar com candidatos cujo potencial eleitoral seja menor que os que imagem ter.
Vereadores
Assim, pelo menos oito siglas devem se unir na disputa proporcional para uma das vagas na Câmara Federal. Já para a Assembleia Legislativa do Ceará, as coligações podem ser as mais diversas possíveis. PMN, PTN, PPL, PEN, PSC, PSDC, PTC e PTdoB acreditam que podem, juntos, tirarem mais de 350 mil votos para disputa proporcional para deputado federal. O presidente do PSC no Ceará, Welington Saboia, afirmou que o partido tem sentado com filiados e conversado frequentemente sobre eleições.
O PSC, que atualmente possui 29 vereadores e um prefeito, deve seguir sozinho para disputar duas vagas no Legislativo Estadual. De acordo com Haroldo Abreu, presidente do PTdoB, a sigla deve se coligar com PPL e PSDC para estadual.
Segundo ele, o PTdoB sonha mais alto, e pretende lançar um nome ao Governo do Estado e ao Senado, mas isso só será decidido depois de conversa com a Executiva do partido. Hoje, o PTdoB possui 15 vereadores no Interior e dois na Capital, além de um deputado estadual.
A pretensão do PTN é fazer ao menos um deputado federal e aumentar em mais dois o número de deputado, conforme informou Júlio César Filho, que é membro da executiva estadual da legenda. O partido tem se reunido todos os sábados para tratar de eleições, conforme afirmou Júlio César Filho.
Sozinho
Aldenor Figueiredo Brito, presidente regional do PTC, disse que o partido está trabalhando no "blocão" para tentar fazer até três deputados federais. Para a Assembleia Legislativa, a sigla deve marchar sozinha. O partido tem, segundo disse Figueiredo, 31 pré-candidatos a disputa federal e 89 pretensos candidatos para a estadual.
As pretensões do PMN é eleger até dois nomes para a estadual e um para federal, conforme disse o vice-presidente da sigla, Mário Hélio. Já PPL está em busca de partidos menores para disputar a proporcional para deputado estadual. O presidente da sigla, André Ramos, afirmou que há conversas com PEN, PTdoB, PSDC, PPS e PCdoB para viabilizar uma coligação de todas as siglas.
Senado
Fora do "blocão" estão PRP e PHS. O primeiro ainda discute com aliados para ver se faz parte de alguma coligação, já o segundo diz que vai para a disputa sozinho. O presidente do PRP no Ceará, Paulo Henrique, disse ao Diário que a pretensão da legenda é lançar até um nome ao Senado Federal, mas nada está acertado ainda. Já o presidente do PHS, o deputado estadual Tin Gomes, informou que pretende "fazer" até dois nomes para a estadual e um para a federal, isso sozinho. Ele aposta no compromisso que todos os integrantes dos diretórios municipais da agremiação têm de votar nos candidatos da sigla, sob pena de serem considerados infieis.
O PHS atualmente está em 101 municípios, tem 30 vereadores, dois prefeitos e seis vice-prefeitos, além de dois deputados estaduais. O partido, neste ano, ainda não fez qualquer encontro visando a disputa eleitoral de outubro, o que só deve ser feito na convenção partidária. Nas últimas eleições o PHS tem formado ao lado do esquema político do Governo do Estado, na aliança majoritária e proporcional.