A maior parte da sessão ordinária da Assembleia Legislativa foi dedicada à discussão sobre a realização da Copa do Mundo de 2014, marcada para iniciar em junho. Enquanto a oposição cobrava o “legado” do Mundial, no tocante às obras de infraestrutura, os governistas rebatiam as críticas na tentativa de defender os investimentos realizados nas cidades brasileiras.
O debate foi levantado logo nos primeiros pronunciamentos do dia, quando o deputado Lula Morais (PCdoB) reclamou das críticas realizadas ao Mundial, enquanto o Brasil terá a oportunidade de se mostrar ao mundo mais uma vez. O parlamentar condenou a abordagem da mídia internacional e do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmando que as opiniões são desastrosas ao publicizar uma imagem negativa do Brasil lá fora.
Lula Morais afirmou ainda que dados da Fundação Getúlio Vargas apontam que, depois da realização do evento, o País terá um acréscimo de R$ 20 bilhões na economia. Segundo disse o parlamentar, de 2010 até os dias de hoje, o governo investiu cerca de R$ 823 bilhões em educação, enquanto que, nos estádios, foram R$ 8 bilhões, questionando as críticas referentes aos gastos da Copa. Disse, ainda, que as obras de infraestruturas, sobretudo em Fortaleza, faziam parte de uma demanda antiga.
Na sequência, o deputado Dedé Teixeira (PT) ocupou a tribuna para, também, defender o governo: “Segundo um levantamento da Fundação de Estudos e Pesquisas Econômicas (Fipe), ligada à Universidade de São Paulo (USP), a Copa vai acrescentar mais de R$ 30 bilhões ao PIB, valor muito superior aos gastos com estádios”. O petista disse ainda que, um ano depois da realização da Copa da África do Sul, o fluxo turístico aumentou. O parlamentar afirma que os investimentos, mais do que nunca, deixaram um legado ao País.
Para o deputado Tin Gomes (PHS), primeiro vice-presidente da Assembleia, as obras, apesar dos transtornos, trarão benefícios para as cidades subsedes da Copa, caso do município de Fortaleza.
“NEGADO”
Depois de ouvir as defesas da base aliada, o deputado Heitor Férrer (PDT) questionou o legado da Copa. Para isso, apontou que obras estruturantes não foram concluídas. “O que questionamos é que temos até agora somente os 12 estádios, que agora chamamos de arena, e desses, só seis concluídos”, ressaltou. Dentre as informações, Heitor disse que, se tivesse alguma influência entre os setores que organizam protestos no País, tentaria impedir a realização das manifestações. “Peço que os 41% da população que são contra a Copa no Brasil se resignem. O medo é que essa visibilidade, que seria positiva, seja um tiro no pé”, pontuou, concordando que o dinheiro investido na realização do Mundial fosse destinado para saúde e educação.