Para Bethrose, a erradicação da extrema pobreza é uma meta do País e, portanto, deve ser encarada como prioridade também pelos estados
FOTO: JOSÉ LEOMAR
A deputada Bethrose (PRP) sugeriu ao Governo do Estado, através de projeto de indicação, a criação da Secretaria Especial de Combate à Extrema Pobreza. A parlamentar argumenta que essa área necessita de acompanhamento mais "esmiuçado" para conquistar resultados melhores.
A parlamentar disse reconhecer que a erradicação da extrema pobreza é uma meta do País e que, portanto, deve ser encarada de forma prioritária também pelos estados. Para Bethrose, todas as ações implementadas até o momento no Estado são importantes, acreditando haver empenho dos secretários em executarem a aplicação de recursos nas áreas, mas entende que é necessário ter mais atenção para com essa política.
"Até para munir as diversas secretarias de informações a respeito do êxito das políticas públicas aplicadas e do cumprimento de metas", argumentou, pedindo o apoio a todos os parlamentares para que o seu projeto de indicação seja aprovado. Bethrose alega que o fato do Ceará ainda ter milhares de pessoas submetidos à péssimas condições de vida, alguns ainda sem ter assegurado o direito à alimentação, deve-se considerar o combate à extrema pobreza como uma política prioritária no Ceará.
Amparo
A parlamentar argumenta que o processo de identificação, diagnóstico, assistência e amparo às pessoas que se encontram nesta condição acaba sendo uma tarefa multidisciplinar que precisa acontecer sob uma coordenação específica. "Neste sentido, nós entendemos que os recursos que chegam da União e mesmo os do tesouro estadual, como por exemplo, os do Fundo Estadual de Combate a Pobreza, o Fecop, deveriam estar sendo geridos por uma secretaria especial do Estado", defendeu.
A deputada explica que é necessário um órgão que faça, especificamente, o acompanhamento da execução de todos os projetos, em diálogo direto com o Ministério do Desenvolvimento Social, os órgãos estaduais e as prefeituras, sempre informando a sociedade a respeito das ações implementadas no combate à miséria e, principalmente, diagnosticando a aplicação dos recursos e corrigindo rumos.
A parlamentar destacou o trabalho do programa Federal Brasil Sem Miséria, lançado em junho do ano passado. O programa é direcionado à população que sobrevive com uma renda de até R$ 70 por pessoa, ou seja, em situação de extrema pobreza. Conforme Bethrose, o Brasil possui hoje, mais de 16 milhões de pessoas vivendo nessas condições. Já no Ceará, este número chega a 1,5 milhão.
A deputada também pontuou outros programas federais como o Bolsa Família e o Extensão Rural, que distribui semente e assistência técnica a mais de 16 mil famílias cearenses que fazem parte da agricultura familiar. Bethrose defendeu ainda a proposta do governador Cid de um investimento de R$ 700 milhões ao ano, entre recursos do Estado e da União, alocados somente para o combate à pobreza.
A deputada Mirian Sobreira (PSB) lembrou a pesquisa do Laboratório de Estudos da Pobreza da Universidade Federal do Ceará (UFC), que apontou o cenário de extrema pobreza do Ceará. Na opinião da deputada, é preciso que os municípios tenham também a consciência de sua responsabilidade na melhoria desta realidade ainda existente.