O deputado Professor Pinheiro (PT), em seu pronunciamento na Assembleia Legislativa, ontem, fez um levantamento dos motivos que levaram, na opinião dele, à implantação da golpe militar no Brasil em 1964. Segundo ele, as reformas de base do Governo, como a agrária e da educação, foram as principais causas para que os militares iniciassem o processo de ditadura que perdurou por mais de vinte anos.
Para o petista, o Brasil, naquela época, era uma "País de analfabetos" que fazia os grandes proprietários de terras se manterem no Poder desde a proclamação da República. "Quando se propôs a reforma educacional, pensou-se em realizar a alfabetização de milhões de adultos em apenas seis meses", afirmou, lembrando o método Paulo Freire, educador que foi perseguido e exilado durante a ditadura.
Pinheiro relatou que o ex-governador do Ceará, o militar Virgílio Távora, quase foi destituído de seu Governo porque contratou o método de Paulo Freire e chegou a constituir uma comissão que elaborou um plano de educação para o Ceará.
O deputado Antônio Carlos (PT) afirmou que o Brasil seria outra nação se a ditadura militar não tivesse existido. Segundo ele, o regime tolheu iniciativas fundamentais da educação.
Camilo Santana declarou que, nos anos 1970, o pai dele, o ex-deputado Eudoro Santana, foi afastado da Petrobras por conta da sua orientação política. "Nunca mais queremos que aconteça isso. E que jamais deixemos de lutar pela concessão da democracia em nosso País. Isso foi uma conquista muito valiosa ao povo brasileiro", defendeu