Para o deputado Fernando Hugo (PSDB) está na hora de o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Manoel Veras, reunir os conselheiros e "limpar as gavetas". "Ainda há tempo", observou. Segundo o parlamentar, há políticos fazendo campanha há um ano, mesmo com contas desaprovadas. O deputado acredita que na eleição deste ano, devido a validade da Lei da Ficha Suja, muitas liminares serão dadas para que candidaturas dos "fichas sujas sejam postadas nas urnas".
O deputado Moésio Loiola (PSD) disse que já viu muita situação estranha na política, como vereador vender para o suplente o restante do mandato, e prefeito que arrendou a Prefeitura. Mas, segundo ele, está para "ser concretizada uma das maiores imoralidades" que ele disse puder acontecer na política: um prefeito da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) ser forçado por "meia dúzia de empresários" a ceder o mandato ao vice para que esse consiga densidade eleitoral para se eleger.
Já para o deputado Ely Aguiar (PSDC), o que chama mesmo a atenção é o documento, assinado por representantes de 14 partidos, pedindo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconsiderar a resolução que impede candidatos com contas rejeitadas na última eleição, de participar do pleito deste ano.
Concorrer
No início deste mês, o TSE decidiu que os políticos com contas desaprovadas não poderão concorrer nas eleições de 2012. A iniciativa do Tribunal, avalia o deputado, reforça a aplicação da Lei da Ficha Suja.
Para Ely, o documento dos presidentes de partidos tem o objetivo de defender políticos inescrupulosos, pois, segundo ele, com a decisão do TSE, 21 mil políticos ficarão sem o registro de candidatura.
O deputado Fernando Hugo alega ser "imbecil" o argumento apresentado por esses partidos para que o TSE volte atrás em sua decisão. Segundo o tucano, essas siglas alegam que quem prestou contas cumpriu a exigência da Lei Eleitoral e, portanto, tem o direito de se candidatar, mesmo que essa prestação esteja cheia de erros.