O deputado estadual Ely Aguiar (PSDC) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, para afirmar que a ex-prefeita Luizianne Lins (PT) não recebeu o apoio integral da bancada do PT, logo após sua condenação em primeira instância na Justiça Eleitoral. Luizianne foi condenada, em decisão do juiz Josias Menescal, da 114ª Zona Eleitoral, por abuso de poder político após denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE), ficando inelegível por oito anos.
Ely Aguiar criticou a falta de solidariedade da bancada e demais parlamentares, em relação à decisão judicial. “Ela tem defeito, mas tem virtude. Ela é fiel ao seu partido”, frisou, acrescentando que somente o deputado Antônio Carlos (PT) prestou solidariedade.
“Esqueceram-se da colega. Só vi uma pessoa prestar solidariedade. Sou defensor ardoroso da fidelidade partidária”, comentou o deputado, enfatizando que, apesar das divergências internas, Luizianne não abandona o partido e só participa de ações que reafirmam a força do PT. “Ela é fiel e não se enverga”, disse, criticando a postura dos petistas.
As críticas demonstram que, na avaliação do parlamentar, a nota de solidariedade divulgada pela Executiva do partido à ex-prefeita foi insuficiente para encobrir o silêncio dos petistas na AL. Na semana passada, em nota, o PT classificou a decisão como “injusta” e disse ainda que a gestão da ex-prefeita foi marcada por “transparência”.
Segundo Ely Aguiar, Luizianne é uma “mulher danada” e “corajosa”, além disso, seus adversários temem sua articulação, porque, “quando ela chega, faz um estrago danado”. As críticas foram acompanhadas em silêncio pela bancada petista da AL.
Luizianne
Após saber a decisão do TRE, Luizianne afirmou ser “uma piada”. Segundo disse, a decisão não a torna inelegível, pois cabe recurso, e as devidas providências já estão sendo tomadas. Aliados da ex-prefeita atribuem a condenação como perseguição política. A petista é um dos nomes cotados à sucessão estadual em caso de candidatura própria do PT.
Na semana passada, a petista rebelou-se e lançou sua candidatura ao governo do Estado, durante evento no auditório da Assembleia Legislativa. A decisão contraria a intenção da presidente Dilma Rousseff de apoiar um nome indicado pelo governador do Ceará, Cid Gomes (Pros).