Sindicato dos Bancários fez protesto ontem na agência do Bradesco
FOTO: MAURI MELO
Protestos marcaram o dia seguinte ao assalto do Bradesco em Fortaleza. Localizado na região considerada o coração financeiro da cidade, no bairro Aldeota, o banco não utiliza porta giratória com detector de metais, bem como outras três agências bancárias visitadas pelo O POVO, na tarde de ontem, todas na mesma região. Segundo a Polícia, esse foi um dos critérios de escolha do banco pelos assaltantes. A necessidade de instalação desse equipamento de segurança é motivo de polêmica há anos e deve ganhar força agora, com a chegada da minuta de projeto de lei à Câmara Municipal, que pretende tornar obrigatório o uso do detector nos bancos. Dentre as 17 agências visitadas pela reportagem na região do assalto, as quatro que não dispõem do equipamento, duas pertencem justamente ao Bradesco e duas ao Banco Itaú.
Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Acrísio Sena (PT) afirmou ao O POVO que o projeto deve começar a tramitar na Casa em breve, após uma série de discussões e audiências públicas sobre a necessidade de instalação do equipamento. Uma reunião entre o vereador e dirigentes do Sindicato dos Bancários deve ocorrer ainda hoje, para que a minuta seja estudada. Segundo Acrísio, o mesmo projeto já foi aprovado pela Câmara dos Vereadores de Salvador , na Bahia.
“Essa lei é de natureza complexa e trará polêmica. Mas, mais do que isso, trará benefício para a população. Além do mais, ela é totalmente exequível com o lucro dos bancos. Está mais claro do que nunca que as portas eletrônicas são imprescindíveis para garantir a segurança da população”, concluiu. Lei Municipal já existe
Segundo o Banco de Dados do O POVO, a lei que torna obrigatória a instalação de portas com detector de metais na Capital já existe. Contudo, aprovada em 17 de fevereiro de 1994, a Lei 7.274 foi suspensa através de uma liminar requerida pela Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban) à Justiça.
Acrísio Sena afirmou que desconhece a existência de uma lei semelhante na Casa, mas adiantou que “a realidade dos bancos, em 1994, era outra”. “Não existe mais o argumento de falta de recursos dos bancos, um dos segmentos que mais lucraram nos últimos anos”, concluiu.
A situação é a mesma na Assembleia Legislativa, já que a Lei 12.565, aprovada pelos deputados e publicada no Diário Oficial do Estado em 17 de janeiro de 1996, também torna obrigatório o equipamento nas agências do Ceará. Para o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo, os bancos estão fazendo “economia em detrimento da proteção à vida de clientes e trabalhadores”.
O POVO tentou ouvir representantes do Bradesco e do Itaú, sobre a retirada das portas com detector de metais de agências. Por meio da assessoria de imprensa, a direção do Bradesco informou que não irá se pronunciar nem sobre o assalto nem sobre a retirada dos detectores. Mesma postura da direção do banco Itaú, que também não comentará o assunto. ENTENDA A NOTÍCIA
Com o assalto ao Bradesco da Aldeota, sobe para 20 o número de ações contra banco registradas no Ceará, somente em 2012. Cabe ao poder público encarar o assunto como prioridade, entrar em entendimento com os responsáveis pelas instituições financeiras e garantir a segurança da população. MultimídiaConfira as entrevistas do coronel Pinheiro, do CPC; e do diretor do Sindicato dos Bancários, Robério Ximenes; à rádio O POVO/CBN.http://bit.ly/GDQKXI Tema do diaA repercussão do assalto à agência do Bradesco na Aldeota foi o “Tema do Dia” na cobertura de ontem dos veículos do Grupo de Comunicação O POVO.
RádioA rádio O POVO/CBN entrevistou o comandante do policiamento da Capital, coronel Pinheiro; e o diretor do Sindicato dos Bancários, Robério Ximenes. O portal O POVO Online e as mídias sociais do grupo repercutiram o assunto com os internautas e deram dicas de segurança nos bancos.
TVO programa Studio News, da TV O POVO, também fez matéria sobre o assunto.
Fala, internauta
“Ninguém se sente seguro nessa cidade, não só nas agências bancárias”,Lyvia Rocha
“O mais irônico é que alegam que a retirada das portas com detector é pra evitar constrangimento aos clientes. Sim, evita constrangimento, mas não evita o risco de bala na cabeça”, Tom LC.
“Nem com porta com detector me sinto segura em uma agência de banco”, JacquelineSouza Vieira