A Delegacia de Capturas (Decap) do Ceará, onde morreu misteriosamente o preso Francisco Simão de Oliveira, na última terça-feira, foi visitada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Fortaleza, no dia 5 do mês passado. A ida até a cadeia, que recebe presos para serem encaminhados aos presídios ou libertados, deu-se por causa de denúncias sobre o “inferno” que se transformou a Decap para detentos e policiais civis. Um relatório enviado à secretária da Justiça, Mariana Lobo, e a outros autoridades, lista 28 mazelas graves e aponta 8 soluções. Na Decap, uma prisão provisória (máximo 60 dias), há presos que ficam até 2 anos. Concebida para 60 detentos, ela somava mais de 90 na visitação. Em uma das celas, batizada por “favela”, onde deveriam estar 20 pessoas, estão 63. Lá, só há uma ventilação próxima ao sanitário e a temperatura chega a 45 graus. A Defensoria Pública, segundo o relatório assinado pelo vereador João Alfredo (Psol) e a deputada Eliane Novais (PSB), passa por longe dali.