Ciro Gomes negou que vá para o Ministério da Saúde
FOTO: ETHI ARCANJO
O ex-ministro Ciro Gomes (Pros), hoje respondendo pela Secretaria da Saúde do Ceará, defendeu ontem que o Pros indique o candidato à sucessão do seu irmão, o governador Cid Gomes. O secretário defendeu que isso se dê em comum acordo com os demais partidos aliados e buscando assegurar condições de vitória da presidente Dilma Rousseff (PT) no Estado. O irmão mais velho do governador não quis, entretanto, comentar nomes de possíveis candidatos ao Palácio da Abolição, e ressaltou que a decisão caberá ao seu irmão.
“O governador deve indicar o nome (do candidato à sua sucessão). O importante é que todos devemos trabalhar em favor do desenvolvimento do Ceará e não ficarmos apontando A, B ou C como candidato. Isso só deve ser resolvido em maio”, acentuou Ciro Gomes, que fez ontem sua primeira viagem a Brasília na condição de secretário estadual da Saúde.
O ex-ministro, ex-governador e ex-deputado considerou todos os nomes cogitados para o Governo do Ceará têm condições de disputar. As especulações apontam para os deputados estaduais Mauro Filho, Zezinho Albuquerque, o vice-governador Domingos Filho, a secretária da Educação Izolda Cela, o ex-ministro Leônidas Cristino e o prefeito Roberto Cláudio como potenciais candidatos do Pros. Fora da legenda, aparece o nome do senador Eunício Oliveira (PMDB). Ciro preferiu, contudo, não manifestar preferência e aguardar a decisão de Cid.
Sobre o desejo de Eunício ser candidato, Ciro disse ser legítimo e ressaltou que tem o senador como “um grande amigo”. Reforçou, todavia, que a definição caberá a Cid.
Ministério da Saúde
Em entrevista coletiva no aeroporto Pinto Martins, antes do embarque, Ciro descartou a possibilidade de deixar a Secretaria da Saúde do Estado para, a partir de janeiro, assumir o Ministério da Saúde dentro da reforma que a presidente Dilma Rousseff fará em sua equipe.
“Não penso nisso. O que eu quero é ajudar o meu Estado. E o Ceará vai ter uma rede hospitalar de qualidade”, observou. O petista Alexandre Padilha deixará a pasta para disputar o Governo de São Paulo.
Tasso Jereissati
Perguntado sobre o possível retorno de seu ex-aliado Tasso Jereissati às disputas eleitorais em 2014, conforme defendem membros do PSDB local e nacional, Ciro comentou apenas que seu antigo padrinho político está “falando demais e errado sobre política”.
Recentemente, o tucano se envolveu em polêmica com o governador Cid Gomes. No programa de televisão do PSDB, disse que “Não dá pra ficar brincando de política”. A resposta do irmão de Ciro veio pelo Facebook. “Some tudo que o Tasso fez nos seus 12 anos. Multiplique por dois e ainda não dará o que foi feito nestes últimos sete anos”, afirmou.
PCdoB e o Senado
Ciro Gomes disse ainda que o senador Inácio Arruda (PCdoB) errou ao disputar a Prefeitura de Fortaleza sem combinar com os aliados. “Foi projeto pessoal dele”, observou.
Inácio e o partido têm defendido o direito de disputar a reeleição no Senado no próximo ano e coloca a candidatura como uma das prioridades nacionais da legenda para 2014. Entretanto, a vaga é alvo da cobiça de outros aliados, sobretudo o PT.
Apesar de ter criticado a postura de Inácio na última eleição municipal em Fortaleza, Ciro destacou que, ao respaldar o nome de Roberto Cláudio no segundo turno, acabou dando demonstração de que continuará na coligação.
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Com a oposição fragilizada e tentando se organizar, o Pros tem hoje em sua própria base - no PMDB de Eunício Oliveira - a principal ameaça à sua permanência no Governo do Estado. O peemedebista quer concorrer com apoio do Pros.