Campus das Auroras, que abrigará bloco acadêmico da Unilab
FOTO: MAURI MELO
A indefinição quanto aos limites entre Redenção e Acarape, na região de Baturité, tem gerado divergências entre as prefeituras das duas cidades. Baseada em mapa cartográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vigente desde 2000, a prefeitura de Acarape afirma que a delimitação oficial não se verifica na prática.
A divergência na interpretação dos limites indicados na lei de emancipação do município, de 1987, fomenta a disputa por terreno hoje administrado por Redenção.
Ali estão a Escola de Educação Profissionalizante e o Campus das Auroras, que abrigará um bloco acadêmico da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Residências, pontos comerciais e um posto da Polícia Militar também ficam na área disputada.
De acordo com Cleyber Nascimento, analista de políticas públicas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), a divisa adotada oficialmente corta o terreno doado para a instalação do novo campus da Unilab. “A instalação da universidade foi o fato que motivou essa disputa”, afirma Nascimento. Ipece, IBGE e Assembleia Legislativa conduzem projeto de georreferenciamento dos limites municipais. Segundo o analista político, Nascimento, o instituto aguarda um acordo entre os dois prefeitos.
De acordo com Manuel Soares Bandeira (PDT), prefeito de Redenção, são aproximadamente 1.200 metros entre os pontos questionados. Conforme Bandeira, há um erro no mapeamento atual em relação ao que estabelece a lei estadual de criação de Acarape. O serrote Manuel Dias, indicado na lei, teria sido confundido, e o mapa atual teria se baseado na Serra Velha, diminuindo o território de Redenção. “A necessidade não é de acordo com Acarape. O Ipece tem que adequar o mapa à lei”, defende. Para o gestor, o município aguarda até a metade de novembro para tentar negociar. Depois disso, levará a disputa à Justiça.
Mas o cumprimento da lei estadual também está no discurso de Franklin Veríssimo (PSB), prefeito de Acarape. Veríssimo diz que há confusão de nomenclaturas e que o prefeito de Redenção estaria tomando como referência uma localidade chamada Manuel Dias. “Estão tentando questionar um ponto cartográfico. Queremos apenas que a lei seja cumprida”, afirma. Franklin assegura ter apresentado mais de uma proposta de acordo.
“Queremos ceder algumas partes que são de Acarape. Na Unilab, eles ficariam com uma porção que tem a biblioteca, a reitoria e as residências dos professores, por exemplo.” Para Franklin, houve incapacidade de outros prefeitos em identificar que parte do terreno de Acarape estava sendo administrado por Redenção.