REDUÇÃO DE QUADROS DO MPC ATENTA CONTRA INTERESSE PÚBLICO E CHEIRA A RETALIAÇÃOOs defensores da proposta de emenda à Constituição que corta pela metade o número de procuradores de Contas previstos para atuar no Tribunal de Contas do Estado (TCE) conseguiram apresentar um argumento concreto para essa redução de quadros: economia para a folha de pessoal. Falaram de equiparação com número de auditores, com os quadros do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), mas sem explicar exatamente o porquê de ser necessário manter o mesmo número. Tampouco esclareceram a razão de – sendo necessário que o número seja o mesmo – não se poder aumentar de um lado, mas apenas reduzir do outro. O único motivo é economia – nobre, sem dúvida. Em tempos em que a gestão do erário tem sido tantas vezes perdulária, que bom que ao menos uma vez há essa preocupação. O que não dá para entender é que, há apenas cinco meses, a mesma Assembleia Legislativa tenha aprovado a criação de mais 10 cargos comissionados no TCE. Ou seja, os deputados fazem economia agora ao cortar três cargos preenchidos mediante concurso público, cujas atribuições incluem realizar investigações e mover processos que têm como alvo o Governo do Estado. Mas não tiveram o mesmo cuidado na hora de criar 10 funções de livre nomeação, cujos ocupantes serão indicados sem passar por seleção pública. um acinte.
Ao se considerar o tanto de dor de cabeça que os procuradores de conta têm dado ao Governo do Estado, difícil convencer a opinião pública de que não se trata de retaliação. Vale lembrar que o próprio governador Cid Gomes, no início desse ano, não escondeu sua irritação com o MPC. No início deste ano, referiu-se ao procurador-geral de Contas, Gleydson Alexandre, como “garoto que deseja aparecer e fica criando caso”.
Gleydson questionava na época a contratação da cantora Ivete Sangalo para inauguração do Hospital Regional Norte, em Sobral. Também apontou possíveis irregularidades na construção de aquário na Praia de Iracema, no programa Férias no Ceará...