Se a troca de partidos de 16 deputados estaduais cearenses pouco alterará o cotidiano da Assembleia, as reacomodações já antecipam cenário eleitoral de 2014 e expõem os lados que cada parlamentar tomará na disputa. No saldo geral, sai fortalecido Cid Gomes (Pros), que garante na base aliada oito deputados que - em caso de ruptura no atual quadro de alianças - poderiam não apoiar o candidato do governador à sucessão do Estado.
Para além dos oito deputados do grupo político de Cid no PSB - que deixaram o partido e se filiarão ao Pros nos próximos dias -, garantem seu espaço na base três deputados do PRB (Ana Paula Cruz, Mailson Cruz e Manoel Duca), dois do PSDB (Fernando Hugo e Téo Menezes), um do PMDB (Lucílvio Girão), um do PMN (Mário Hélio) e um do PRP (Bethrose).
No caso do PRB, a saída dos deputados ocorre logo após a legenda entrar em conflito com Cid Gomes. As desavenças começaram após o comando nacional do partido manter o empresário Miguel Dias - mais próximo politicamente do senador Eunício Oliveira (PMDB) - no comando do PRB no Ceará. Na semana passada, representantes do partido participaram de ato que convidava Heitor Férrer (PDT) a disputar pelo Governo do Estado. Agora, o PRB conta com apenas um deputado, Ronaldo Martins.
Já as duas perdas do PSDB ocorrem diante de possíveis candidaturas próprias à Presidência (Aécio Neves) e Governo do Estado (Tasso Jereissati). Para garantir apoio ao candidato de Cid, Fernando Hugo e Téo devem migrar para o Solidariedade e para o DEM, respectivamente.
Já com a mudança dos deputados Bethrose (PRP) e Mário Hélio (PMN), o governador também garante o apoio das legendas - instáveis -na eleição de seu sucessor.
Candidatura do PMDB
Com a saída dos três deputados do PRB e de Lucílvio Girão do PMDB, fica enfraquecida também uma possível candidatura de Eunício Oliveira ao Governo do Estado. Isso porque os quatro deputados - que estavam em partidos que poderiam apoiar o senador - migram agora para partidos que certamente estarão no arco de Cid.
Saiba mais
Apesar de seus reflexos diretos nos palanques de 2014, a reacomodação de forças causada pela troca de partidos pouco afetará o cotidiano da Assembleia Legislativa.
Isso porque, com exceção de João Jaime (PSDB), todos os deputados que hoje fazem oposição a Cid Gomes estão dentro de partidos da base aliada do governador, como PDT (Heitor Férrer) e PT (Antônio Carlos). A única novidade é a “oficialização” do PSB (com Eliane Novais) na oposição.
Fora os quatro deputados citados, todos os demais parlamentares deputados apresentam postura de apoio ao governador.