Com cinco mandatos, dois de vereador e três de deputado estadual, o nome do secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará, Nelson Martins (PT), era esperado na lista de exonerados na última reforma de secretariado do governador Cid Gomes. Como justificativa para mudar o primeiro escalão de seu governo, Cid apontou a necessidade de continuidade administrativa. Em linhas gerais, aqueles que concorrerão a algum cargo nas próximas eleições saíram de suas pastas. A longa trajetória política de Martins confunde-se com a do Partido dos Trabalhadores. Ao todo, são 32 anos de filiação. Nesta perspectiva, surpreende a decisão do secretário em não disputar o próximo pleito.
Segundo ele, o custo de uma campanha política é alto, principalmente, diante de sua situação econômica. “Há muito tempo que venho pensando em não me candidatar mais a Assembleia Legislativa e o motivo principal é o alto custo de uma campanha política”, explica Martins, acrescentando, ainda, que nunca foi de comprar votos.
REFORMA POLÍTICA
Os rumos políticos de Nelson Martins poderiam ser diferentes, se a reforma política tivesse se materializado em tempo hábil para o próximo pleito. Isto é, destaca o secretário, se o item do financiamento público de campanha fizesse parte da reformulação. Com estas condições, o petista assegura que tentaria reeleger-se no mandato de deputado estadual. A eleição agora, pondera ele, é somente para grandes empresários que aguentam o peso de uma campanha cara, ou para quem é amigo de grandes empresários que financiam a postulação.
Esclarecendo algumas especulações, Martins ressalta que não concorrerá ao pleito de 2014 por aguardar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). O secretário negou que tenha recebido promessa de ser premiado com alguma indicação dessa natureza. Conforme o petista, ele sentirá falta do trabalho desenvolvido no mandato de deputado estadual. “Vou sentir muita falta de um mandato parlamentar, mas conformado, porque já tive muitas alegrias na vida política”, comenta.
Justificando ainda a sua manutenção no cargo de secretário estadual, Nelson Martins comentou que, primeiro, foi mantido nele pelo governador Cid Gomes, o segundo motivo foi a questão econômica, além de alguns problemas que preferiu não citar.
FUTURO DA ALIANÇA
Sobre futuro da relação PT e PSB no Estado, Martins não acredita que o rompimento do partido socialista com a presidente Dilma Rousseff possa mexer com a aliança no Ceará. Ele defende a continuação da coligação PT, PSB, PC do B e PMDB. (Com informações de Tarcísio Colares)