O deputado Lula Morais diz que atitude da presidente Dilma fortalece a soberania nacional
Foto: JL Rosa
A decisão da presidente Dilma Rousseff em adiar a visita de Estado aos Estados Unidos, devido às suspeitas de espionagem do Governo norte-americano ao Brasil, refletiu de maneira positiva entre os deputados governistas na Assembleia Legislativa, durante sessão de ontem. Para eles, a chefe do Poder Executivo tomou uma atitude correta, diferente do que, segundo atestam, ocorria em outros governos.
"A atitude tomada é de autonomia e defesa da nossa soberania. A nota oficial em que o Planalto confirmou a decisão da presidente Dilma de não ir aos Estados Unidos sela o posicionamento do poder brasileiro. Acabou a era da diplomacia descalça. Em 2002, o chanceler do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso humilhou a soberania nacional, aceitando a imposição de tirar os sapatos para poder entrar nos Estados Unidos", ressaltou o deputado Antônio Carlos (PT) em seu pronunciamento.
Para o parlamentar, a decisão da presidente reflete as novas relações econômicas do Brasil com outros países, além da importância internacional. "A presidente Dilma está orgulhando todo o povo brasileiro quando estabeleceu novas discussões econômicas e diversificando nosso mercado, com governos do Mercosul e África", afirmou.
Dedé Teixeira (PT) afirmou que a atitude de Dilma demonstra mudança na correlação de forças entre os países ditos de primeiro mundo e aqueles em desenvolvimento, que até pouco tempo tinham posições subservientes aos Estados Unidos. "Foi uma decisão acertada que ela tomou. É um novo momento que o Brasil vive, depois de tantas posições subservientes adotadas no passado", defendeu.
O parlamentar defendeu que o posicionamento da presidente é importante à construção de novas relações internacionais. Professor Pinheiro (PT) também defendeu Dilma Roussef e disse que a posição dela demonstra o cuidado com os direitos internacionais. "Essa atitude foi a mais adequada para mostrar que nós somos um país e não uma república de bananas", afirmou.
Soberania
Lula Morais (PCdoB) também enalteceu o posicionamento do Governo Dilma em adiar a viagem aos Estados Unidos, que estava programada para o dia 23 de outubro. Segundo disse, foi uma atitude de "fortalecimento da soberania nacional". "Nós perguntamos qual a atitude brasileira em que fomos colocados como uma nação que estimula o terrorismo? O que a Petrobras tem na sua atividade que venha a ter uma atitude beligerante?", questionou. Ele ainda afirmou ser necessário que os Estados Unidos apresentem justificativas "plausíveis para o ato criminoso que realizaram, pois só assim a visita da presidente aconteceria de forma tranquila".
O deputado do PCdoB destacou que, em sua participação na Assembleia Geral da União da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, no próximo dia 21, quando fará a abertura, Dilma Rousseff deverá abordar temas relacionados à espionagem, controle e proteção do sistema brasileiro. Segundo Morais, a atitude é semelhante ao que fez Barack Obama, recentemente, ao suspender visita de Estado à Rússia, pois não concordava com a permanência do administrador de sistema americano, Edward Snowden, no País.