Há polêmica sobre impacto urbanístico dos viadutos
FOTO: REPRODUÇÃO DA INTERNET
Enquanto opositores à construção dos viadutos permanecem acampados no Cocó, na altura do encontro das avenidas Engenheiro Santana Júnior e Antônio Sales, pessoas favoráveis à obra se articulam via Internet e inclusive cogitam manifestação para as 14 horas de amanhã, naquele mesmo local.
Ainda não confirmada, a manifestação é anunciada nas redes sociais e em adesivos de carro. Na semana passada, o deputado Fernando Hugo (PSDB) fez propaganda do evento em pronunciamento na Assembleia Legislativa.
No Facebook, a comunidade “Sou a favor dos viadutos”, criada em 7 de agosto, reunia até ontem à noite mais de 5,3 mil apoiadores. Eles compartilham textos, dados e opiniões pela obra e contra o grupo do acampamento. “Consertando a roda do carro, o rapaz que me atendeu falou: se dependesse desses ativistas, não teríamos o Castanhão, eles atrasaram a obra por quase 3 anos, não teríamos a Sebastião de Abreu, a Ponte que liga a Praia do Futuro a Sabiaguaba e nem o Porto do Pecém. Tentaram impedir todas essas obras”, escreveu Valmir Borrigueiro, fiscal federal agropecuário.
Em outro tópico da comunidade, o engenheiro civil Regis Muratori opinou: “Precisamos desmistificar algumas opiniões mais radicais, muitas delas misturadas com bandeiras políticas. A verdade é que população de Fortaleza está cansada de perder cada vez mais tempo em congestionamentos”. Leonardo Mindêllo, analista de tecnologia da informação, disse: “Não discordo daqueles que defendem o verde, muito pelo contrário, mas a realidade é que engarrafamentos poluem (mais CO² no ar) mais ainda a cidade e pioram a qualidade de vida de seus habitantes”.
Twitter
O apoio à construção dos viadutos também é expresso no Twitter. Ontem, usando a hashtag #ViadutoSIM, usuários comemoravam a liberação da obra pelo presidente em exercício do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), desembargador Edilson Pereira Nobre Júnior.
Em decisão na quarta-feira, o desembargador diz que “o receio de que o Poder Público cause dano ambiental irreparável ou exceda a área contida no projeto inicial - sem dado específico quanto à sua ocorrência - não é suficiente para justificar a suspensão de empreitada cujo objetivo maior é melhorar a qualidade de vida da população”.
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
Com a decisão do presidente em exercício do Tribunal Regional Federal da 5ª Região de liberar a obra da Prefeitura, o único impedimento para a retomada dos trabalhos é o grupo de manifestantes acampados no Parque do Cocó. Agora, pessoas a favor da obra planejam expressar na rua sua posição.
Saiba mais
O Ministério Público
Federal no Ceará marcou reunião hoje, às 9h30min, com os secretários municipais Samuel Dias, da Infraestrutura, e Águeda Muniz, de Urbanismo e Meio Ambiente. O objetivo, segundo o procurador Alessander Sales, é fazer com que a Prefeitura promova os estudos de impacto ambiental relativos aos viadutos. “O que a Procuradoria questiona é o seguinte: uma obra elaborada em 2013 (e a Prefeitura está) utilizando uma licença ambiental emitida em 2003”, disse Sales ao blog do jornalista Eliomar de Lima. Em sua defesa, a Prefeitura cita o fato de que a obra faz parte do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), cujos estudos de impacto ambiental foram aprovados em 2003. Sales lamentou a decisão do presidente em exercício do TRF5 de cassar a liminar que suspendia a obra e disse ser possível que o Ministério Público recorra.
Serviço
Secretaria da Infraestrutura de Fortaleza
Onde: avenida DeputadoPaulino Rocha, 1343, bairro Cajazeiras Site: www.fortaleza.ce.gov.br/seinf