A Comissão Especial de Acompanhamento da Seca se reúne ainda nesta semana para discutir os encaminhamentos que serão dados para um segundo momento de discussões sobre a estiagem no Estado. De acordo com membros do colegiado, a ideia é fazer visitas in loco naqueles municípios mais afetados, além de cobranças ao Governo Estadual e ao Federal sobre a implementação das medidas apresentadas pelo grupo e até então não executadas. "Nós vamos definir o novo calendário e dessa vez a ideia é a gente ir visitar o Interior onde está tendo colapso. Já tem muitos locais que estão registrando protestos, como Caridade e Salitre. A gente sabe que teve protesto em Santa Quitéria e hoje (ontem) está tendo movimento muito grande em Canindé", lembrou o presidente da comissão, o deputado João Jaime (PSDB). Segundo ele, o Interior do Estado começa a apresentar movimentos que foram denunciados na tribuna da Casa como forma de alerta, pois o Governo do Estado não tomou qualquer providência. No relatório apresentado, ainda no início de julho passado, foram mostradas algumas medidas que poderiam ser adotadas pelo Poder Executivo, mas até o momento nenhuma delas foi acatada, conforme informou o relator do colegiado, Welington Landim (PSB). Calendário Segundo ele, o documento foi entregue a todos os prefeitos de municípios que estão em situação de estiagem, Governo Estadual e Federal e a todos os deputados da Assembleia e bancada cearense. O calendário de visitas da comissão será definido na reunião desta semana. "Estamos muito preocupados com a qualidade da água que está sendo fornecida, pois em Alagoas, para você ter ideia, vinte pessoas já morreram em decorrência do consumo de água poluída", reclamou João Jaime. O parlamentar voltou a fazer críticas ao Comitê Integrado da Seca do Ceará, que realizou reunião, ontem, com o objetivo de apresentar ao Exército os planos de trabalho dos órgãos do Governo do Estado para perfuração e recuperação de poços no Ceará. Conforme informou, o Comitê se reúne toda semana, mas não apresenta nenhuma efetividade daquilo que é discutido em seus encontros. "É sempre uma reunião de lero-lero, pois não tem nenhuma resolubilidade. É tudo papo furado. O Sindicato dos trabalhadores Rurais já chegou a dizer que não dá mais para segurar a população que quer protestar", ressaltou o tucano. Segundo Landim, toda trabalho relacionado à tentativa de amenizar os efeitos da seca estão lentos tanto em nível Estadual como Federal. Segundo disse, todos os problemas apresentados com a conclusão do relatório sobre a estiagem no Ceará se agravaram nas 26 cidades avaliadas. "Não há qualquer ação que diga que os problemas serão resolvidos. A qualidade da água continua em situação difícil e a perfuração de poços continua muito lenta", disse.