ESTADO USINEIROA coluna de ontem mencionou o aval dado pela Assembleia Legislativa para o Governo do Estado adquirir o que restou da usina Manoel Costa Filho, em Barbalha. O investimento para recolocá-la em funcionamento é estimado em R$ 35 milhões. O deputado estadual Vasques Landim (PR) foi dos primeiros a levantar a questão em plenário e se manifestou para a coluna em defesa da inciativa, que, segundo ele, é a esperança de recuperação do setor no Cariri. O parlamentar destacou que o empreendimento chegou a criar 1,5 mil empregos diretos e cerca de três mil indiretos. E, ainda conforme o parlamentar, em seu auge, o setor chegou a representar, no Cariri, 5% do PIB estadual.
Torço, efetivamente, para que o investimento seja bem-sucedido e ajude a desenvolver o Cariri. Mas tenho inquietações: é mesmo o caso de o Estado, diretamente, manter uma usina estatal de etanol e açúcar? E, sendo o caso, será o poder público capaz de tornar rentável negócio que foi à bancarrota nas mãos da iniciativa privada? Consideradas as amarras burocráticas, a falta de experiência nesse tipo de gestão e o fato de ter mais o que fazer. E mais: não seria mais adequado ao governo estimular que empresários abraçassem o empreendimento, ao invés de embarcar nesse tipo de atividade? Ou será que a iniciativa privada não se interessa pelo negócio, como não se interessou até agora? E, se assim for, haverá mesmo perspectiva de bom negócio? Não tenho as respostas, mas me parece que a Assembleia poderia ter debatido o tema com mais profundidade antes de dar aval a negócio que soa duvidoso.