O vereador Capitão Wagner (PR) conseguiu as 15 assinaturas e protocolou, ontem, seu pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a sua participação em uma milícia ligada ao narcotráfico, denúncia levantada pelo ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB).
O republicano deixou claro que não participará da Comissão para que o trabalho do grupo seja o mais isento possível e afirmou que não vai indicar nenhum colega para ocupar os dois principais cargos da CPI: a presidência e a relatoria. Capitão Wagner fez questão de destacar que vereadores da oposição e da base assinaram seu requerimento, entendendo que todos estão preocupados com as denúncias de que ele estaria participando de milícias.
O vereador Vaidon Oliveira defendeu o republicano e chamou de "oportunistas" os deputados que subiram à tribuna da Assembleia Legislativa para "denegrir a imagem" de Capitão Wagner. Segundo Vaidon, vários vereadores já foram atingidos por deputados estaduais, e a Câmara Municipal, até o momento, não exigiu retratação.
O 1º vice-presidente da Câmara, José do Carmo (PSL), diz que o tema foi pautado em reunião da Mesa Diretora e foi decidido que os vereadores vão procurar o presidente da Assembleia, deputado José Albuquerque (PSB), para levantar a questão.
Sobre a viagem aos municípios de Diadema e Rio de Janeiro, da qual Capitão Wagner participou recentemente, Vaidon Oliveira destacou que exemplos de políticas públicas de segurança destas cidades podem ser copiados em Fortaleza. O presidente da Comissão de Segurança Pública, Benigno Júnior (PSC), informou que, na próxima semana, pretende apresentar, no Plenário da Casa, relatório da visita, acrescentando que pretende convidar o secretário de Segurança Cidadã, Francisco Veras.
Em Diadema, destacou, medidas simples conseguiram reduzir o número de homicídios de 132 para seis a cada 100 mil habitantes, embora no ano passado, tenha tido um crescimento para nove casos a cada 100 mil habitantes. Uma das medidas foi o fechamento de bares a partir das 23 horas. De acordo com o vereador, para que esses estabelecimentos funcionem após esse horário, é necessário atender a uma lista de exigências, como a obrigatoriedade de seguranças particulares.