A qualidade do serviço prestado pela Companhia Energética do Ceará (Coelce) será tema de debate em audiência pública hoje na Assembleia Legislativa, a partir das 14 horas, no Complexo das Comissões Técnicas da Casa. A reunião será realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor, que tem o deputado Fernando Hugo (PSDB) como presidente, e irá discutir o não cumprimento dos pedidos de ligação de energia por parte da Coelce, além de outras reclamações feitas pelos consumidores.
Segundo Fernando Hugo, o que motivou a audiência foi uma denúncia do presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce), Guaracy Aguiar, que observou o não cumprimento da prestação de serviço da Coelce. "A carência desse serviço está deixando indústrias, empresas e núcleos turísticos sem funcionar. Afora isso, também existe um descontentamento coletivo com o alto valor das taxas cobradas pela empresa".
O parlamentar informa que a Arce apresentou relatório onde constam denúncias de não efetivação das ligações de energia e reclamações sobre o serviço prestado. O documento será examinado na audiência pública e haverá espaço para que a empresa possa apresentar sua defesa.
O objetivo do debate é solucionar o problema por meio de negociação com a Coelce, para que os prazos sejam obedecidos e que todas as ligações solicitadas sejam efetivadas. "Não se pode aceitar que uma empresa do porte da Coelce, que é detentora de qualificações superiores, não cumpra com suas obrigações", defende Fernando Hugo.
Estarão presentes na audiência representantes da rede turística do Ceará e dos núcleos produtivos e industriais do Estado, Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e Ministério Público, além da própria Arce e da Coelce.
Campanha
Lula Morais (PCdoB) também está envolvido em campanha que discute o serviço oferecido pela Coelce. Ele defende a redução de pelo menos 20% na tarifa de energia elétrica cobrada no Ceará, argumentando que existe um "contrato absurdo" entre a Coelce e a TermoFortaleza, duas empresas do mesmo grupo econômico, que faz com que a tarifa de energia seja superfaturada.
O contrato obriga que a Coelce compre da TermoFortaleza 33% de toda a energia distribuída no Estado. O problema, segundo Lula Morais, é que a empresa não gera energia, mas compra no mercado livre e revende à Coelce por um preço muito alto. Ele defende o rompimento deste contrato, o que levaria à redução no preço da energia.