A aprovação do substitutivo da Câmara Federal ao projeto de Lei do Senado que autoriza a criação do Fundo de Apoio à Cultura do Caju (Funcaju) foi comemorado por alguns parlamentares, ontem, na Assembleia Legislativa. De acordo com Manoel Duca (PRB), a produção do caju é uma das mais importantes para a economia do Ceará, ficando atrás apenas da indústria do calçado e representa emprego e renda para muitas pessoas.
O deputado Danniel Oliveira (PMDB) ressaltou a aprovação da proposta na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, e discorreu sobre a importância do feito. "Depois de tanto tempo esperando por esse projeto, comemoro essa aprovação que vai fortalecer a exportação, consumo interno e externo, mercado e incentivo ao aumento da produtividade e as pesquisas em prol da cajucultura", ressaltou.
Para Manoel Duca, o projeto irá desenvolver a cajucultura, pois somente no Ceará são mais de 332 mil hectares plantados. Ele lembrou ainda que o setor é estratégico para o desenvolvimento da economia do Nordeste e, por isso, deve ser fomentado com fundo próprio. "O nosso caju é aquela pepita de ouro bruto", disse o republicano, salientando ainda que a indústria do caju corresponde a 11,46% do total exportado pelo Ceará.
Estiagem
Ele lembrou ainda que a produção de caju vem sendo prejudicada devido à escassez das chuvas, quando em 2011 foram produzidas 11.700 toneladas de castanha de caju, no ano passado caiu 70%, ficando em aproximadamente 38.500 mil toneladas. De acordo com o parlamentar, Com a estiagem de 2013, a estimativa é que não atinja nem 35 mil toneladas", avaliou.
"O relatório do projeto diz que fica autorizado o Poder a criar essa cultura do caju para fortalecer a exportação, promover o preço no mercado interno e externo, incentivar o aumento da produtividade, bem como pesquisas para aumento da produção do caju", lembrou Manoel Duca, ressaltando que o Governo tem 90 dias para publicar a Lei no Diário Oficial da União, após aprovação em plenário.
Conforme dados do Sindicaju, a cultura do produto ocupa o segundo lugar na pauta de negociação do Ceará, com lucro de mais de US$ 150 milhões, ficando atrás apenas da indústria calçadista. Danniel Oliveira mostrou o projeto de 2000, que originou todo o processo não interessou aos parlamentares do Congresso. Segundo ele, a discussão foi reaberta quando o senador Eunício Oliveira (PMDB) colocou para discussão na comissão de Constituição e Justiça.
"O Ceara ainda é o primeiro do Estado do Nordeste na produção de caju. Mas com a falta de chuvas aqui poderemos perder o espaço para o Piauí, porque lá está chovendo e aqui não".
Welington Landim (PSB) voltou a criticar o Governo Federal quanto às perdas que ocorrem na produção do caju, visto que pouco tem sido feito para diminuir a situação de estiagem no Estado. "Está muito longe de o povo de Fortaleza imaginar o que acontece com as pessoas no Interior. As pessoas não sabem o que ainda vai vir por aí pela frente", criticou.