O deputado Raimundo Gomes de Matos diz que o PSDB deve se aproximar de partidos que façam oposição ao Governo Federal
FOTO: RODRIGO CARVALHO
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), no Ceará, há tempos está sentindo as dificuldades de uma legenda que não é mais Governo. A debandada de quadros da sigla se torna mais forte com as possíveis saídas de outros nomes que, atualmente, representam o partido na Assembleia Legislativa. De acordo com o deputado federal Raimundo Gomes de Matos, é necessário, urgentemente, que o grêmio abra um debate com a sociedade, pois a opção de se fazer um diálogo é do eleitor.
"Não existe força econômica, é força das ruas. O PSDB se afastou da população quando as grandes discussões não foram levadas para se discutir com a sociedade. A maioridade penal, por exemplo, qual é a posição do partido? E o aquário?", questionou o parlamentar.
Para Gomes de Matos, os parlamentares de seu partido votam, majoritariamente, sem ouvir os reclames da sociedade, baseados apenas em suas opiniões. "O que a gente precisa é adentrar nas universidades e com esse mundo pensante percorrer as entidades de classe para termos uma nova proposta de estado, região e nação", sugeriu.
Visando a 2014, o partido tem buscado estruturar o Instituto Teotônio Vilela para mobilizar as discussões tucanas sobre o País. No Interior do Estado, afirma o parlamentar, existe quase uma unanimidade de cobrança da presença do ex-senador Tasso Jereissati no cenário político local. "A gente ouve em todas as regiões do Estado as pessoas pedindo para ele voltar. Mas é claro que isso passa por uma decisão pessoal dele", diz.
Outro desafio para o PSDB, com a perda de quadros para outras legendas, é encontrar nomes com envergadura para as disputas do próximo ano, quando haverá eleições para Senado e Câmara Federal, Assembleia Legislativa, Governo do Estado e Presidência da República. Apesar de afirmar que a sigla possui diversos nomes para as disputas eleitorais de 2014, o deputado se limitou a apresentar alguns nomes, principalmente da área empresarial.
Reestruturar
Gomes de Matos diz acreditar que tem a missão de reestruturar o partido, principalmente em Fortaleza, onde o tucanato sempre teve dificuldades de montar uma base mais coesa. Por isso, defende que se tenham dentro da sigla ações mais efetivas, visando buscar apoio de outros partidos. "No momento em que estamos fazendo o diálogo com o DEM e com o MD (Mobilização Democrática), nós buscamos um projeto em nível nacional".
O parlamentar frisou que o partido deu uma contribuição à democracia do País. "O PSDB iniciou processo de redemocratização, além de ter ajudado na estabilidade econômica com o Plano Real. Agora, estudamos um novo cenário para os jovens que há 20 anos não sabiam o que era inflação", diz.
No dia 18 de maio, acontecerá a convenção nacional do PSDB, quando será escolhido Aécio Neves como presidente da executiva. No Ceará, o escolhido será o ex-senador Luiz Pontes, que deverá assumir a presidência da executiva estadual da sigla na próxima sexta-feira.
Para o Estado, a proposta é que o partido tenha candidaturas para todos os cargos, mas, caso isso não se concretize, a legenda poderá apoiar outras siglas. "Temos que nos alinhar para fazermos coligação. A proposta de Aécio Neves, Eduardo Campos e da ex-senadora Marina Silva é de oposição ao quadro que se apresenta no País, que é de cinismo e mentiras", criticou Gomes de Matos.