Com o retorno das atividades parlamentares, a bancada nordestina em breve irá se reunir para cobrar do governo federal a instalação da Refinaria Premium II, no Ceará.
Tanto o balanço da Petrobras quanto relatório da Agência Nacional de Petróleo (ANP) apontam a necessidade imediata do Brasil ampliar urgentemente sua capacidade de refino, salientou o deputado federal Danilo Forte (PMDB), acrescentado que “a queda do lucro da Petrobrás, tem como principal explicação à importação dos derivados de petróleo a um preço muito acima, e por isso, incompatível com o mercado nacional, o que resultou no menor lucro da Petrobrás nos últimos 20 anos”.
Segundo ele, o Governo vem fazendo sua parte, assumindo, por exemplo, a responsabilidade da liberação das áreas dos terrenos exigidos pelas comunidades indígenas, que, segundo a Petrobras, é o empecilho principal para liberação da licença de instalação para o início da execução das obras. Disse, ainda, que a bancada federal é solidária ao governador Cid Gomes, para que ele interceda junto a presidente Dilma Rousseff, o compromisso assumido durante campanha presidencial. “Precisamos tomar uma decisão política em relação à Refinaria Premium II”, disse.
DECISÃO POLÍTICAO deputado federal Chico Lopes (PCdoB) também pondera ser “falta de decisão política” a não instalação da Refinaria. “Há mais de 50 anos, o Ceará luta por ela. No governo Lula, três refinarias foram idealizadas. Apenas, a localizada em Pernambuco foi instalada. Maranhão e Ceará, até hoje, ainda não saiam do papel, apesar das reivindicações”, salienta.
Para o parlamentar, a demora pode ser tanto em razão da “burocracia” do governo quanto à “falta de prestígio do Ceará” com o governo federal. Conforme destacou, esta semana, solicitará junto com o coordenador da bancada cearense, deputado Antônio Balhmann (PSB), uma audiência pública com a Petrobras, com o Ministério de Minas e Energia, para saber quais as dificuldades para início das obras.
BANDEIRA DE ATUAÇÃOOs deputados também prometem mobilização para cobrar a instalação da Refinaria cearense, inclusive será a principal bandeira de atuação do atual presidente da Assembleia Legislativa (AL), José Albuquerque (PSB). Na semana passada, diversos deputados usaram a tribuna da Casa para tecer questionamento.
Roberto Mesquita (PV) destacou a falta de mobilização das lideranças políticas do Ceará e da sociedade local para trazer a Refinaria para o Estado. “Um sonho de várias gerações, mas que ainda não virou realidade”, salientou o verde, ressaltando que a instalação da refinaria terá um impacto econômico “positivo” para o Estado, melhorando a geração de emprego e renda, além DE incrementar o PIB local.
Fernando Hugo (PSDB) cobrou, da presidente da Petrobras, Graça Foster, e da presidenta Dilma Rousseff, uma resposta sobre a não instalação da Refinaria no Ceará. Ele, inclusive, apresentou um requerimento solicitando a realização de uma sessão especial para debater sobre a Refinaria.
“Não quero aqui criticar. Apenas, quero que todos nós participemos desse debate, no intuito de pressionar uma decisão concreta. Não quero criar conflitos políticos, mas a refinaria não está aqui e não é culpa do Governo. Precisamos nos unir, deputados estaduais, federais, povo do Ceará, para que essa refinaria seja instalada e transforme nosso Estado”, ressaltou.
DIFICULDADESLula Morais (PCdoB) ressaltou que o Brasil depende das importações do petróleo refinado, como a gasolina e óleo diesel para atender à demanda no País, fazendo com que haja problemas no caixa da Petrobras e gerando efeitos negativos sobre a balança comercial do País, em razão do aumento crescente da demanda e do déficit de produção de combustíveis e derivados.
O parlamentar criticou a postura de especialistas ao ponderarem dificuldades financeiras pelas quais estaria passando a Petrobras. “Eles não analisam que o sistema financeiro continua auferindo vultosos lucros mesmo na crise econômica. Uma empresa como a Petrobras, que tem capacidade de auferir R$ 21 bi não pode ser tida como uma empresa à bancarrota como se tenta passar”, disse, criticando o fato de a mesma avaliação não ser feita para outros campos produtivos, “pois no mundo inteiro tiveram redução de seus lucros”, verbalizou. (Rochanna Lyviann, da Redação).