Marina Silva e Heloísa Helena, ex-petistas e referências da #rede
FOTO: JOSÉ CRUZ/ABR
A ex-senadora Marina Silva afirmou que o novo partido que está organizando não será de oposição nem de situação, e poderá apoiar o governo Dilma Rousseff (PT) em questões pontuais. “Se Dilma tiver fazendo algo bom, vamos apoiar. Se não, não. Parece ingênuo. Mas não tem nada ingênuo”. A nova agremiação foi lançada no sábado. Foi definido o nome Rede Sustentabilidade, ou simplesmente #rede. Segundo Marina, a intenção é oferecer opção ao eleitor para romper o duelo entre duas forças políticas. “Nem direita, nem esquerda, estamos à frente”, disse ela, que acrescentou: “Estamos indo para o mundo do paradoxo”.
A ex-senadora destaca que a intenção não é apenas ter um partido para as eleições de 2014. Segundo ela, a Rede terá como missão quebrar a “lógica de partidos a serviço de pessoas”. “O que está acontecendo aqui é um partido para questionar a si próprio. Não pode ser partido para eleição”. Ela propõe também a mudança da relação do cidadão comum com o poder. “Estamos numa nova visão de mundo, de sujeito político que não é mais expectador da política, esse sujeito é protagonista”.
FundadoresTrês deputados federais foram apresentados como fundadores do novo partido: Domingos Dutra (PT-MA), Walter Feldman (PSDB-SP) e Alfredo Sirkis (PV-RJ). A ex-senadora Heloísa Helena (Psol-AL) também participou do evento de sábado. Heloísa, que deixará o Psol para ingressar na nova sigla, também fez discurso em defesa da ética. Ela cobrou dos militantes esse compromisso. “Nós não temos preços na testa”. Em seguida, ela lançou o nome de Marina para a presidência em 2014, levantando os mais de 500 participantes do evento que gritaram: “Brasil urgente, Marina presidente”. Para participar das eleições presidenciais de 2014, o novo partido precisa recolher 500 mil assinaturas em pelo menos nove Estados e obter o registro da Justiça Eleitoral até outubro deste ano.
Sobre a possibilidade de disputar novamente a Presidência, Marina disse que sua candidatura em 2014 ainda é “apenas uma possibilidade” e uma “discussão”. Na última eleição presidencial, ela conseguiu 20 milhões de votos. Sem monopólioMarina disse que a proposta do partido é quebrar, de fato, o monopólio dos partidos na política. “Estamos num processo de desconstrução de que o partido tem monopólio da política, queremos quebrar isso. Os partidos não têm monopólio da política”. Um exemplo seria a proposta de oferecer até 30% do total de vagas nas eleições proporcionais para candidaturas cívicas independentes que serão oferecidas à sociedade para cidadãos não filiados e que não pretendam exercer vínculos partidários.
A ex-senadora afirma que a Rede nasce do “desconforto com o que está acontecendo no Brasil e no mundo pela estagnação do poder pelo poder, do dinheiro pelo dinheiro”. (das agências) Quem
ENTENDA A NOTÍCIA
Marina Silva foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, rompeu com o PT e ficou em 3º lugar na eleição presidencial de 2010, quando concorreu pelo PV. Ela saiu do partido e precisa da nova sigla para concorrer em 2014. Saiba mais
Adesões no CearáO movimento para criar o novo partido Rede Sustentabilidade, ou apenas #rede, conversa no Ceará com membros de PDT, PV e PT, principalmente. Há também membros do Psol que cogitam se filiar, conforme O POVO mostrou sábado.
Novos nomesCandidato a senador em 2010 pelo PV e a vereador, em 2012, pelo PDT, Paulo Eduardo Teixeira, o Polô, é articulador da Rede no Ceará. Ele informou que não são grandes nomes da política local, mas pessoas desconhecidas, insatisfeitas com os atuais partidos.
Apoios importantesPolô disse, no entanto, que há figuras de destaque de demonstram apoio à criação da nova legenda, mesmo que não sinalizem intenção de se filiar. Ele cita o deputado estadual Heitor Férrer (PDT) e o ex-secretário de Meio Ambiente de Fortaleza no fim da gestão Luizianne Lins (PT), Adalberto Alencar.