De acordo com o secretário Eduardo Diogo, no primeiro dia de administração dos consignados foram realizadas 353 operações
FOTO: MARCELLO CASAL JR/ABR
Com um sistema próprio desenvolvido pela Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (Seplag), os servidores públicos tiveram ontem a chance de recuperar a demanda reprimida em relação a empréstimos consignados. De acordo com o titular da pasta, Eduardo Diogo, o montante negociado no primeiro dia de gestão própria dos empréstimos ficou em R$ 2,2 milhões, total dividido em 353 operações registradas até as 18 horas de ontem. Para Diogo, o número não representa a movimentação que deve se manter, mas, sim, a demanda reprimida dos servidores. “Não posso precisar isso, mas não será nesse parâmetro. Após essa demanda, a movimentação volta à regularidade. Sem dúvida, com esse valor ele evidencia um movimento acima da média que nós teremos quando essas operações já tenham sido contempladas”, afirma.
Para se ter ideia dos valores negociados, a média da quantia emprestada por operação é de R$ 8,2 mil. O prazo médio dos contratos é de 30 meses. ResoluçãoO comando das operações de créditos consignados aos funcionários públicos passou para gestão da Seplag por meio do decreto nº 31.111, que foi assinado na sexta-feira passada, 29, e publicado em 1º de fevereiro. O decreto estabelece todas as regras para operação do crédito consignado no Estado. De acordo com o secretário, um dos pontos do novo decreto diz respeito à forma como era feito o oferecimento dos empréstimos. “É vedada a abordagem de qualquer servidor público em prédios públicos”, reforça Diogo.
Ele explica que uma das vantagens na nova operacionalização é que o sistema foi desenvolvido com o controle da margem de forma “enxuta”. “O controle é feito pela própria Seplag com os dados que pertencem aos funcionários públicos e estão em ambientes públicos”, afirmou ressaltando a transparência.
Com o sistema, Diogo diz que a Seplag pode ter o detalhamento, com toda pormenorização dos dados e situação de cada servidor.
A mudança na operacionalização dos consignados veio da suspensão da liminar pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) que garantia à empresa Administradora Brasileira de Cartões S/A (ABC) continuar com o controle da margem dos empréstimos consignados dos servidores públicos do Estado.
A ABC tinha liminar para operar, mas, diante do impasse com o governo, os bancos autorizados a conceder o empréstimo - Bradesco e Caixa Econômica - não estavam efetivamente operando e os empréstimos estavam suspensos.
Eduardo Diogo diz que prefere não comentar a possibilidade de recursos por parte da ABC. “Toda a questão judicial eu deixo a cargo da Procuradoria Geral do Estado, mas eu entendo que passamos tantos meses para chegarmos ao dia de hoje (ontem) quando celebramos a operação em total harmonia que eu entendo que não cabe mais o menor espaço de que haja qualquer manifestação ou qualquer esforço no sentido contrário do que hoje foi coroado, com essa operação absolutamente exitosa”, conclui.
Os empréstimos consignados realizados ontem tiveram taxas de juros de 1.5% ao mês. Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Em setembro de 2011, a empresa Administradora Brasileira de Cartões S/A (ABC) foi alvo de denúncias na Assembleia Legislativa, acusada de ter sido favorecida no processo licitatório e de cobrar taxas de juros abusivas. Números
R$ 2,2 milhões foram negociados no primeiro dia de operações dos consignados pela Seplag R$ 8,2 mil foi o valor médio dos empréstimos realizados para os servidores públicos ontem 30 meses é o tempo médio das operações que forma negociadas ontem entre servidores e Seplag 1,5% de juros é a taxa mensal dos empréstimos consignados administrados pela Seplag