O prognóstico é nada animador. Se algo não for feito a curtíssimo prazo, até 1.600 jovens de 12 a 18 anos serão assassinados em Fortaleza nos próximos três anos. A estimativa é do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (LAV-Uerj). Para o pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ricardo Moura, a SSPDS só será capaz de reverter o quadro de assassinatos se receber retaguarda das demais secretarias. “As operações de saturação em alguns bairros e as apreensões recordes de armas de fogo, bandeiras da atual gestão, não são capazes de solucionar sozinhas esse desafio.” O pesquisador classifica como bem-vinda a ideia de o prefeito eleito de Fortaleza, Roberto Claudio (PSB), criar uma secretaria municipal de segurança. Pondera, contudo, que a intersetorialidade de secretariado deve ser prioridade. “Os índices de violência não recuarão enquanto o tema for considerado algo de interesse restrito às pastas específicas.” Moura cita a força-tarefa de Governo e Prefeitura em prol da realização de obras para a Copa 2014 como exemplo. “Assim como nos preparativos para a Copa do Mundo, as ações governamentais devem envolver diversas secretarias e contar ainda com o engajamento da sociedade. Esse é um ponto em comum nas experiências bem-sucedidas de prevenção a homicídios. Sem isso, corremos o risco de termos um 2013 tão violento quanto o ano que se encerra.” (BC)