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Quinta, 13 Dezembro 2012 06:30

Coluna Política

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  Abacaxi pode ficar para Roberto Claudio Se o aumento da tarifa de ônibus era desastroso politicamente para a gestão que se encerra, a vitória judicial que garante a redução do preço para R$ 2,00 é uma baita vitória política para a administração Luizianne Lins (PT). E em momento no qual o mandato, em seu ocaso, acumulava desgastes. De quebra, a Prefeitura pode ter empurrado o problema para o sucessor. Até há tempo para que a Justiça reverta a decisão de ontem e o preço volte a subir. Contudo, o mais provável é que sobre para Roberto Claudio resolver o imbróglio. Na noite de terça-feira, em reunião com sindicatos e centrais, na Superintendência Regional do Trabalho (SRT), o prefeito eleito já havia se comprometido a fazer o que pudesse, após tomar posse, para anular o reajuste ou recompor, de alguma forma, o preço da tarifa a R$ 2,00. Isso poderia ser feito pela via judicial ou mesmo com subsídio ou renúncia fiscal, em acordo com os empresários – conforme já ocorreu na própria gestão Luizianne. Seja como for, a decisão judicial de ontem não encerra o caso e a negociação, que deveria ter ocorrido em novembro, precisará se dar em algum momento. Além do compromisso de não aumentar os preços, Roberto Claudio mantém a promessa de implantar o bilhete único no transporte coletivo, pelo prazo de duas horas, ainda no primeiro semestre. Fácil não vai ser. HERANÇAProjeções da equipe de transição de Roberto Claudio, com base inclusive em informações do Portal da Transparência, indicam que a atual administração pode deixar algo em torno de R$ 300 milhões em restos a pagar - salvo reforço financeiro conseguido de última hora. Eles associam recentes investidas de agentes municipais em Brasília justamente à tentativa de recompor esse caixa. SARTO FEZ OPÇÃO PARA FAVORECER ELPÍDIOPreteridos por Walter Cavalcante (PMDB) na disputa para presidir a Câmara Municipal de Fortaleza, os irmãos Nogueira chegaram a abrir mão de espaços de poder na expectativa de que o vereador Elpídio Nogueira (PSB) fosse escolhido para presidir o Legislativo municipal. Na cúpula do PSB, a percepção já era de que a cadeira não caberia a ele e, assim, houve articulação para contemplá-los de outra forma. O governador Cid Gomes (PSB) entrou em campo pessoalmente para remover os obstáculos e colocar o deputado José Sarto Nogueira (PSB) na primeira secretaria da Assembleia Legislativa. Ele demoveu Tin Gomes (PHS) da disputa e pretendia atender o deputado Sérgio Aguiar (PSB) de outro modo. Tudo para favorecer Sarto e alojá-lo no segundo posto mais importante do Legislativo estadual. Mas foi o próprio parlamentar quem abortou a articulação, ao desistir da primeira secretaria para dar prioridade à candidatura do irmão no Legislativo municipal. No fim das contas, Elpídio terá, no máximo, a primeira secretaria da Câmara – que não tem a mesma abrangência de atribuições nem o mesmo poder da similar na Assembleia. Isso se tal vaga não for usada para atrair o PT, evitar disputa e facilitar a vida de Walter Cavalcante. ROBERTO CLAUDIO RECEBE REFORMA DO IPM PRONTA PARA COMEÇARSe a herança financeira pode ser problema, a gestão Luizianne Lins deixará pronto para o sucessor o projeto de reestruturação física do Instituto de Previdência do Município (IPM). Está marcada para 8 de janeiro a abertura das propostas para a reforma e ampliação do imponente casarão azul e amarelo, localizado na Avenida da Universidade, 1940, que foi adquirido pelo IPM. O prédio histórico foi construído em 1890 e já abrigou o Ginásio e o Colégio Fortaleza e, por último, a Clínica Godoy Moreira. O superintendente do IPM, Mário Mamede, destaca que há dinheiro previsto no Orçamento para a obra. O local deverá reunir serviços hoje espalhados por quatro prédios alugados. Da estrutura do instituto, apenas o IPM Saúde não irá para as novas instalações. Permanecerá no atual endereço, em frente ao casarão. O imóvel foi considerado de utilidade pública pela prefeita Luizianne Lins em decreto datado de 22 de julho do ano passado. Com a publicação no Diário Oficial, o IPM ingressou na Justiça e, após o depósito judicial de R$ 1,45 milhão, a 3ª Vara da Fazenda Pública concedeu liminar determinando a imissão de posse. No Instituto estava herança das mais ingratas deixada pelo ex-prefeito Juraci Magalhães para Luizianne. À época, o IPM aplicou R$ 26 milhões no Banco Santos, que quebrou em 2004 e foi liquidado no ano seguinte. Pela via judicial, o dinheiro foi gradualmente recuperado. Ao que tudo indica, o futuro prefeito receberá em bem melhores condições.
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