A polêmica sobre a licitação da Prefeitura de Fortaleza para o sistema de transporte complementar – que inclui as “topiques” – deverá se desdobrar até os últimos dias da gestão de Luizianne Lins (PT). Ontem, o promotor Ricardo Rocha disse ter detectado indícios de irregularidade no processo e afirmou que, ainda hoje, deverá entrar com uma ação para tentar anular a licitação. Rocha disse ter sido procurado pelo Sindicato dos Automotores do Estado de Ceará (Sindivel) e por uma cooperativa de funcionários de empresa de transporte, que denunciam problemas no formato do certame. O promotor afirmou que “a coisa tá meio desvirtuada”, sem querer entrar em detalhes, alegando que ainda estaria terminando de analisar o caso. A licitação, que criará um novo sistema de funcionamento das vans, foi motivo de crítica de vereadores ligados ao prefeito eleito Roberto Cláudio (PSB) na Câmara Municipal. “O que mais estranho é a pressa em fazer essa licitação, no ‘apagar das luzes’ (do mandato)”, insinuou o vereador Vítor Valim (PMDB). Os vereadores Guilherme Sampaio e Ronivaldo Maia (ambos do PT) saíram em defesa de Luizianne. Ao O POVO, o presidente da Empresa de Transportes Urbanos de Fortaleza (Etufor), Ademar Gondim, disse que a licitação segue o cronograma da Prefeitura e só poderia ter sido iniciada após a conclusão do certame do transporte regular (de ônibus), que terminou no meio deste ano. “Ou a gente entrega pra nova gestão sem contrato (das vans) ou entrega o serviço licitado – ou seja, vamos ser condenados de qualquer jeito”, disse Gondim.