Quem vai ao Cocó, depara-se com avisos de limitação da prática. Funcionários do Estado também alertam quanto ao esporte
FOTO: SARA MAIA
Com três meses de atraso, as estações do complexo de arvorismo do Parque Ecológico do Cocó devem ser inauguradas no dia 8 de dezembro. Foi o que afirmou ao O POVO o titular da Secretaria Estadual do Esporte (Sesporte), Gony Arruda. O Corpo de Bombeiros já liberou o uso do espaço, após vistoria feita em setembro. Gony Arruda atribui o atraso na inauguração do equipamento às eleições municipais de 2012. “Era período eleitoral e a inauguração poderia ser vista como propaganda irregular”, afirma. O secretário apoiou o prefeito eleito Roberto Cláudio (PSB). E diz ainda que está lutando para que a inauguração ocorra no segundo sábado de dezembro. Mas pondera que a decisão final cabe ao governador Cid Gomes (PSB).
Para o técnico operacional do Complexo, Fran Iverson Barbosa, além da questão política, a burocracia foi outro entrave. “A vistoria do Corpo de Bombeiros foi mesmo feita em setembro, mas o laudo só saiu em outubro”, argumenta.
Depois de receber o laudo, a Organização Não Governamental (ONG) Ciranda da Vida, responsável pelo projeto, teve que encaminhá-lo para a Sesporte. O documento só foi devolvido à instituição após ser avaliado pela Casa Civil (responsável pela liberação de verbas no Poder Executivo). Expectativa
A demora frustra quem passeia pelo local. O turista Omar Queiroz, 67, afirma que gostaria de experimentar o equipamento se tivesse a chance. “Tenho curiosidade em ver como funciona. Se tivesse liberado, com certeza faria o percurso”, afirma. O arvorismo é um esporte radical onde o objetivo é ultrapassar obstáculos, como pontes suspensas, tirolesas e escaladas, colocados no alto das árvores.
Segundo a Secretaria Estadual, a estimativa é de que tenham sido investidos R$ 326 mil na instalação das estações do Cocó. “Não foi uma obra barata. É dinheiro público e ainda não funciona”, lamenta Omar Queiroz.
Durante a visita do O POVO, estudantes do Colégio Padre João Piamarta foram ao local pela primeira vez. Uma das razões da atividade era justamente as estações de arvorismo. “Eu conhecia o local e queria trazer os alunos”, comentou o professor de educação física Davi de Brito. Ele conta que só ficou sabendo da interdição no dia em que marcou a excursão.
No local, há instrutores orientando os visitantes a não praticarem o esporte. Também há placas proibindo o uso dos equipamentos. Mas não havia mais o reforço no isolamento das estações, conforme O POVO mostrou na edição de 10 de setembro deste ano. À época, apenas o aval do Corpo de Bombeiros era esperado para dar início ao funcionamento. ENTENDA A NOTÍCIA
O projeto das estações de arvorismo do Parque Ecológico do Cocó foi lançado em março deste ano. Mas trâmites burocráticos, como laudos de segurança expedidos pelo Corpo de Bombeiros, impediram o funcionamento em setembro.