Enfim, 2014 consolida 2010
No dia seguinte à eleição estadual de 2010, que, com folgas, reelegeu Cid Gomes (PSB) para cumprir mais quatro anos no Governo do Ceará, a edição do O POVO saiu com a seguinte manchete: “Termina uma era e se consolida uma hegemonia”.
Pois é, naquele momento a leitura dos fatos políticos já mostrava a concretização de uma hegemonia a partir da esmagadora vitória eleitoral que reelegeu o governador e elegeu dois senadores. É claro que essa hegemonia dava-se também com a mesma aliança estadual apoiando Luizianne Lins na Prefeitura de Fortaleza.
Dois anos depois, a manchete poderia ser reproduzida até com mais ênfase. Afinal, o grupo político do governador ampliou significativamente a sua força (e a sua hegemonia) com a vitória em Fortaleza. Luizianne Lins sempre foi vista (e assim se comportou) como um contraponto mesmo por dentro da aliança.
É evidente que as novas circunstâncias se deram com a formação de sequelas na aliança. No âmbito de Fortaleza, a tendência que se mantém é o PT optar pela oposição a Roberto Cláudio (PSB). Porém, o partido dificilmente sairá da aliança estadual.
O que temos agora? No âmbito estadual, o início da segunda metade para o fim da gestão de Cid Gomes. Ou seja, dentro de um ano a sucessão no Governo do Ceará já será o fumegante prato do debate político cearense. Curiosamente, o senador Eunício Oliveira (PMDB) deu sinais de que pretende antecipar a discussão ao colocar publicamente seu nome como pré-candidato ao Governo. Cedo demais, não? O fato é que sua postura deve estar respeitando a uma estratégia meticulosa.
As circunstâncias indicam que 2013 será tranquilo para Cid Gomes. Na Assembleia, um fiel presidente e o apoio irrestrito de uma bancada de mais de 40 deputados. Na Prefeitura, um aliado que deve ao governador todo o sucesso de sua rápida trajetória: de vice-líder do Governo, passando pela presidência do Legislativo até a chegada à Prefeitura.
Não foi à toa o comentário do deputado estadual Heitor Férrer (PDT) quando afirmou que o governador tem em mãos poder de sobra para eleger o sucessor e o senador na única vaga que se abrirá em 2014.