Assembleia discute investigar contratos da Cagece com "fortes indícios" de propina
FOTO: SARA MAIA
Agora é oficial. O PT na Assembleia Legislativa não assinará o pedido de CPI da Cagece, para investigar denúncia de corrupção em contrato da companhia com a empresa paulista Allsan Engenharia e Administração.
O anúncio foi feito ontem, pelo deputado estadual Antonio Carlos (PT), depois que a bancada se reuniu para discutir o assunto. Na prática, significa que o PT, pelo menos nesse episódio, resolveu se alinhar com o Palácio da Abolição.
Apresentada pelo deputado estadual Heitor Férrer (PDT), a proposta da CPI só reuniu, até agora, cinco das doze assinaturas necessárias para a instalação.
O PT tem três deputados em exercício de mantado: o próprio Antonio Carlos, Dedé Teixeira e a Raquel Marques (líder da bancada).
“O Tribunal de Contas já está tomando as providências cabíveis”, disse Antonio Carlos, para justificar a posição. O petista também citou o fato de uma investigação já está em curso no Ministério Público de São Paulo, cujos citações, segundo ele, “não estão muito claras”.
De acordo com as investigações do MP-SP, existem “fortes indícios” de pagamento de propina e conluio de empresas para renovação do contrato da Allsan com a Cagece, avaliado em R$ 8,94 milhões.
O TCE-CE está no caso desde o dia 14, quando foram requeridos, à Cagece, documentos para análise. Ontem, peritos do órgão compareceram novamente à companhia, a fim de obter os documentos requeridos.
O chefe da coordenadoria técnica da secretaria de controle externo do TCE, José Teni Cordeiro, esclarece que a diligência de ontem foi um primeiro contato com a documentação referente ao caso, e que nada ainda pode ser afirmado.
Ministério PúblicoJá o Ministério Público do Ceará ainda não fez nenhuma diligência para investigar supostas irregularidades no contratos. Segundo informou ao O POVO a assessoria, a função do órgão até agora será auxiliar as investigações do MP-SP no Ceará. O MP diz, entretanto, que nenhuma diligência lhe foi requerida pelo MP-SP. O POVO questionou a assessoria de comunicação do MP-SP sobre o andamento das investigações sobre o caso em São Paulo e se há previsão de inclusão do MP-CE nas atividades. No entanto, não obteve resposta até o fechamento desta edição.