Ronivaldo Maia explicou que o atraso foi motivado pela resolução de pendências financeiras em relação ao repasse ao IDGS pela Prefeitura
FOTO: ALCIDES FREIRE
O compromisso de regularizar o salário dos funcionários ligados ao IDGS ocorreu após reivindicação na CMFor
Funcionários terceirizados da área da saúde lotaram as galerias da Câmara Municipal de Fortaleza, na manhã de ontem, para reclamar do atraso salarial por parte do Instituto de Desenvolvimento e Gestão em Saúde (IDGS). Os vereadores, após contato com a gestão municipal, anunciaram que os benefícios dos servidores começariam a ser regularizados ainda na tarde de ontem e prosseguidos hoje.
Para o presidente do Sindicato dos Psicólogos do Estado do Ceará (Psindce), Fúlvio Robert, até a reivindicação na Câmara, dos 4,6 mil funcionários que recebem através do IDGS, pelo menos 3.500 estavam com salários atrasados. Todos eles têm contratos com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e representam Frotinhas e Gonzaguinhas, CAPs, postos de saúde e Programa de Saúde da Família (PSF).
"A Prefeitura coloca que o repasse foi feito para o IDGS, mas o IDGS diz que foi feito de forma inferior. Por mês, a Prefeitura deveria repassar R$ 4 milhões, e está há quatro meses atrasado. A dívida da gestão com o IDGS está em R$ 14,7 milhões", disse, lembrando que, além de uma audiência com a secretária de Saúde, Ana Maria Fontenele, outra reivindicação dos funcionários é uma reunião com a equipe de transição para discutir a possibilidade de continuidade dos terceirizados na próxima gestão.
Prioridade
"Na gestão da prefeita Luizianne, o Réveillon não é prioridade, a festa dos professores não é prioridade e nem os terceirizados estão sendo prioridade", reclamou o vereador Eron Moreira, até pouco tempo aliado à prefeita. Ele também criticou que a secretária Ana Maria Fontenele não tenha deliberado para que os funcionários de oftalmologia trabalhassem dignamente.
O líder da oposição, Plácido Filho (PDT), disse ter chegado a reclamar do atraso para os terceirizados que recebem do IDGS, mas o líder da prefeita, Ronivaldo Maia (PT), teria dito ser normal o atraso de salários. "Os trabalhadores estão com seus compromissos todos atrasados e não têm nenhuma perspectiva para o dinheiro de outubro, nem férias ou 13º", criticou Plácido.
Eliana Gomes (PCdoB) voltou a reclamar de paralisação nos órgãos da Prefeitura e pediu que Roberto Cláudio, dê uma maior atenção para o funcionários. Iraguassu Teixeira (PDT) lamentou um "abandono" da saúde e afirmou que nunca tinha visto uma situação como a que Fortaleza vem enfrentando. O vereador João Alfredo (PSOL) considerou o que está havendo uma "agressão" aos servidores e disse que falta transparência e organização da atual gestão, no processo de transição.
Reunião
Depois de mais de uma hora de reunião com representantes das categorias, os vereadores entraram em contato com a Prefeitura por telefone e anunciaram que a gestão se comprometeu a pagar os salários dos terceirizados a partir de ontem. Conforme Ronivaldo, inicialmente os salários pagos seriam os da Atenção Básica, Tecnologia da Informação e contratos com células.
Até o fim desse mês, o Governo se comprometeu a pagar a primeira parcela do 13º salário, concluindo no dia 20 de dezembro. Como o
contrato dos terceirizados termina a partir de fevereiro de 2013, a prefeita Luizianne deve deixar empenhado o pagamento de janeiro, referente ao trabalho de dezembro.
Ronivaldo negou que o IDGS estivesse fechado e disse que, se isso ocorresse, todos os direitos de seus funcionários estariam em dia. O petista salientou que o IDGS já pagou, nesse ano, cerca de R$ 337 milhões e explicou que o atraso foi motivado pela resolução de pendências financeiras em relação ao repasse ao IDGS pela Prefeitura, mas que estão sendo regularizadas.