Mais de seis meses após o Governo do Ceará ter prometido mudanças, o polêmico sistema de empréstimos consignados a servidores públicos continua “do mesmo jeito”. Foi o que denunciou o deputado estadual Heitor Férrer (PDT) ontem, na Assembleia Legislativa. “É esquema de enriquecimento fácil de pessoas ligadas ao Governo, à custa dos servidores”, disse o pedetista.
Ainda em 2011, Heitor denunciou suposto esquema de tráfico de influência para favorecer as empresas Promus e ABC. A primeira possui contrato de exclusividade com o Bradesco para a concessão de empréstimos. A última atua na regulação da margem de endividamento dos servidores.
LiminarA Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) anunciou que rescindiria o contrato com a ABC desde o primeiro semestre, o que não ocorreu até hoje. A Seplag aponta liminar concedida pela desembargadora Iracema do Vale à empresa, o que impediria a rescisão. Entretanto, Férrer argumentou que a liminar deixa claro que o contrato só não poderia ser rescindido até que ficasse completa a transição do sistema para a definição da margem para empréstimos pelo próprio Estado – o que já ocorreu.
O POVO pediu explicações à Seplag, que, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o caso estaria sendo tratado pela Procuradoria-Geral do Estado. O titular do Órgão, Fernando Oliveira, foi procurado, mas os telefonemas feitos pelo O POVO no fim da tarde e noite de ontem não foram atendidos.