Equipe à feição do prefeito eleito Os responsáveis por preparar o terreno para a próxima administração municipal não são o reflexo da aliança que elegeu Roberto Cláudio (PSB), tampouco do grupo dos Ferreira Gomes – principais responsáveis pela vitória. Os nomes confirmados ontem são, antes de tudo, expressão do próprio prefeito eleito. Dois já trabalham diretamente com ele e são de sua confiança. Eudoro Santana é próximo a Cid Gomes (PSB), trabalha na Assembleia Legislativa desde o tempo de Domingos Filho (PMDB) na presidência, mas, nos últimos dois anos, é a Roberto Cláudio que está mais vinculado. O mesmo vale para José Leite Jucá, jurista e assessor do presidente do Legislativo. Os outros dois integram os quadros do Governo do Estado, mas chegam sem o carimbo da cota pessoal do governador Cid Gomes ou de seus irmãos. E são ambos do ramo financeiro. Jurandir Gondim é economista e coordenador do Tesouro Estadual. Aloisio Carvalho foi controlador e ouvidor-geral do Estado no primeiro governo Cid. Atualmente é secretário executivo da Segurança Pública. É o único com filiação partidária – integra os quadros do PMDB. Mas está na transição, fundamentalmente, por ter sido secretário das Finanças na fase final da gestão Juraci Magalhães. Aliás, Aloisio foi, por assim dizer, o Elmano de Freitas (PT) de Juraci. Era secretário municipal, de perfil basicamente técnico, homem de bastidores e pouquíssimo conhecido. E foi escolhido pelo então prefeito - desgastado por oito anos de mandato - para se candidatar a sucedê-lo, em 2004. Mas, enquanto o petista chegou ao segundo turno, o peemedebista terminou na quinta colocação. Não é, todavia, pela experiência eleitoral nem pelo trabalho no Estado que Aloisio foi indicado. Ele está lá por ser, no lado vencedor, o único que conhece as finanças da Prefeitura por dentro, ainda que com defasagem de oito anos. Além disso, devido ao trabalho na Segurança Pública, poderá dar contribuição numa área na qual o prefeito eleito promete modificar o papel exercido pelo Município. MAU COMEÇOSe a equipe de transição técnica e sem politicagens é boa sinalização para o começo da gestão Roberto Cláudio, o forrobodó da última segunda-feira para comemorar a vitória foi péssimo sinal. E aí nem cabe questionar o caráter homogêneo das atrações. Uma coisa é festa promovida pela Prefeitura, outra uma comemoração privada. No segundo caso, o prefeito eleito terá de contemplar a pluralidade de manifestações com a qual se comprometeu, conforme ele próprio destacou no O POVO de ontem. Para as festas privadas, a escolha do repertório é problema dos organizadores e dos convidados. No caso da festa da vitória, o problema foi o absurdo transtorno urbano causado em plena segunda-feira e sem aviso prévio: trânsito obstruído, estacionamentos irregulares, poluição sonora até a madrugada. Para quem terá atribuição de fiscalizar e fazer cumprir as normas urbanas, o exemplo para a cidade foi horroroso.