Prefeita e governador em campo pelo voto de Heitor
Luizianne Lins (PT) e Cid Gomes (PSB) dispensaram intermediários e entraram pessoalmente na briga pelo apoio do PDT. Os dois lados sabem que aquele para quem os votos de Heitor Férrer (PDT) penderem no segundo turno terá enormes chances de sair vencedor. A prefeita e o governador já telefonaram para o presidente estadual do PDT, o deputado federal André Figueiredo, para abrir as negociações. Ele foi receptivo a ambos. Mas a coluna apurou que, apesar de demonstrarem abertura para conversar, os pedetistas consideram fora de cogitação o apoio a Elmano de Freitas (PT). Se houver aliança no segundo turno, o PDT ficará ao lado de Roberto Cláudio (PSB). Tese reforçada pelo fato de a legenda ocupar a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do governo Cid, enquanto comanda a oposição a Luizianne na Câmara Municipal. Mas há, também, a hipótese de os pedetistas ficarem neutros e não apoiarem nenhum candidato.
De qualquer forma, uma coisa já é ponto pacífico: o PDT já decidiu que Heitor será preservado. Mesmo que a legenda se engaje na campanha, o deputado estadual que representou a sigla na disputa ficará à vontade para subir no palanque ou não. Os pedetistas entendem que Heitor sempre teve essa posição de independência e, a despeito da presença da sigla na administração, sempre fez oposição ao Governo do Estado.
Ou seja, o PSB é hoje a única alternativa de adesão do PDT em Fortaleza, mas a presença de Heitor no palanque não está incluída no pacote. A não ser que o candidato assim queira.
APELO AOS CANDIDATOS. E AO ELEITORO eleitor de Fortaleza colocou no segundo turno os dois candidatos campeões de infrações na propaganda eleitoral, segundo constataram os fiscais da Justiça Eleitoral. Uma possível interpretação é que o descumprimento da lei compensou. Mas o fato é que as irregularidades foram correspondentes ao volume das campanhas de Roberto Cláudio (PSB) e Elmano de Freitas (PT). Para a maioria dos adversários, faltou estrutura para infringir ainda mais as regras de campanha.
Se chegaram até agora com marcas nada lisonjeiras, o que se espera das candidaturas de PT e PSB - mais próximos de conquistar o direito de administrar a Capital pelos próximos quatro anos - é que adotem a civilidade e o respeito às normas como conduta. Que a poluição visual, sonora, a sujeira e toda ordem de irregularidade não mais sejam ferramentas na busca pelo voto. Até para que o próximo gestor tenha o mínimo de autoridade em uma de suas missões fundamentais - fazer cumprir as leis urbanas.
Mas, sobretudo, fica o apelo ao eleitor para que fiscalize - e puna com rigor - os candidatos que recorrem a expedientes, literalmente, sujos.