Os custos do Poder Legislativo ao contribuinte foram tema de pronunciamentos de parlamentares, ontem, na Assembleia Legislativa. Repercutindo a manchete da edição de ontem do Diário do Nordeste, sobre o rito da aposentadoria parlamentar, o deputado Salmito Filho (PDT) comparou o valor destinado às despesas do Legislativo ao preço de um "bombom Pipper". Outros parlamentares corroboraram com o discurso do colega.
Segundo Salmito, cada um dos 8,8 milhões de habitantes do Ceará paga 14 centavos por dia para manter a Assembleia. Pelas contas do parlamentar, o Poder custa aos cearenses R$ 36,9 milhões por mês, o que dá uma média de R$ 803 mil mensais ao dividir o custo total da Casa por cada um dos 46 deputados.
A reportagem do Diário do Nordeste informou que, para ter acesso à aposentadoria, o parlamentar precisa contribuir por 20 anos como deputado, além de outros 15 anos à Previdência comum, totalizando 35 anos de contribuição. O pedido só pode ser feito por parlamentares acima dos 60 anos de idade.
Interesse
Na avaliação de Salmito Filho, este não é um tema importante para a sociedade cearense. "Quero perguntar ao Diário do Nordeste: essa é a pauta que interessa ao povo cearense?", questionou. Segundo o Ministério da Economia, em âmbito federal, enquanto a média de aposentadorias pelo INSS é de R$ 2,3 mil, a do Legislativo é de R$ 26,8 mil, cerca de dez vezes maior.
Para o pedetista, mais importante do que os custos do Legislativo é a produção de cada parlamentar. Em aparte ao discurso, Sérgio Aguiar (PDT) disse que "a má comparação que alguns podem imaginar entre o trabalho de um parlamentar e um pequeno bombom é uma demonstração do que essa Casa produz para o Estado do Ceará". Leonardo Pinheiro (PP) e Audic Mota (PSB) também concordaram com Salmito em apartes.