Silvana Oliveira (PR), da bancada evangélica, disse que o movimento feminista "só tem bandeira podre" e "procura desconstruir" a família
( Foto: José Leomar )
Temas como o feminismo e a chamada "ideologia de gênero", frequentemente pivôs de polêmicas, estiveram no centro de pronunciamentos, ontem, na Assembleia Legislativa. Parlamentares que se declaram conservadores se manifestaram contra o que chamam de bandeiras "podres" do movimento feminista e contra discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas. Alguns defenderam, ainda, a inclusão de noções sobre cidadania no currículo escolar e exaltaram disciplinas introduzidas durante a ditadura militar no País.
Silvana Oliveira (PR) disse que recebeu, em evento no Interior, denúncias de mães de estudantes sobre a "disseminação da ideologia de gênero" em escolas. "Adolescentes se beijando, mulher com mulher, em evento de escola, professoras dando bonecas para meninos brincarem, carrinhos para as meninas. Está acontecendo? Está. Está no Plano Estadual de Educação? Não. Isso é uma bandeira do feminismo, que tem procurado destruir a paz e a harmonia social".
A deputada fez questão de enfatizar que luta "para mostrar que as mulheres podem ser, absolutamente, tudo o que quiserem dentro da sociedade". Segundo ela, porém, este não é o objetivo do feminismo. "Ser feminista, para mim, é ser alguém que procura desconstruir o elo mais precioso da sociedade, que é a família. Luto pela sociedade feminina que não odeia os homens. Os homens são, na realidade, a cabeça, o segmento superior, que complementa a família perfeita em Cristo Jesus".
Cidadania
Fernando Hugo (PP), que discursou em seguida, também condenou o "alastramento" de ideias que, segundo ele, passam pela "movimentação idiota dos feministas que odeiam os homens" nas escolas. O deputado pregou a "urgência" de incluir no currículo escolar noções de cidadania, "para que o aluno saia da escola não somente para passar no vestibular, mas para ser um cidadão". Para Hugo, "a família brasileira morreu".
Já Roberto Mesquita (PROS), ao apartear a fala de Fernando Hugo, lembrou de disciplinas introduzidas na ditadura militar, já abolidas, que, de acordo com ele, davam noção de respeito. "Como Educação Moral e Cívica, Organização Social e Política Brasileira, que ensinavam à nossa geração quem devíamos respeitar. E não tenho menor constrangimento em ser taxado de conservador", disse. "Vejo com muita tristeza que esses valores deixaram de ser cultivados".