Em Fortaleza, ontem, para participar de atividades de pré-campanha durante todo o dia, o pré-candidato do PSOL à Presidência da República, Guilherme Boulos, disse que mira na juventude e na tática do “porta a porta” para fortalecer um projeto político de defesa da democracia e dos direitos sociais no País. No fim da noite de ontem, ele participou, na sede do PSOL Ceará, no Centro, de ato-festa do lançamento da pré-candidatura do professor e bancário Ailton Lopes e da professora Anna Karina ao Governo do Estado. Ailton Lopes, por sua vez, afirmou que, durante a campanha, buscará aproximar as pessoas da política e defender a inversão de um modelo econômico “profundamente desigual” e de um modelo político “baseado nas oligarquias” no Ceará.
> Bolsonaro ataca Ciro e defende união da direita
“Nós vamos falar muito de política nessa campanha. As pessoas rejeitam todo esse apadrinhamento, toda essa lógica de ajuntamento político, como a gente está vendo agora, por exemplo, o governador Camilo Santana com Eunício Oliveira, que, até bem pouco tempo (atrás), eram inimigos, eram adversários, e inclusive receberam dinheiro de todas essas empreiteiras envolvidas em escândalos de corrupção”, criticou Ailton Lopes. Ele apontou, ainda, que a chapa em formação pelo PSDB e pelo PROS para a disputa “não é oposição”, pois “os interesses econômicos do grupo do Tasso estão representados no Governo Camilo Santana”.
Ailton Lopes também informou que apresentará o plano de governo da chapa PSOL-PCB no próximo dia 14 de julho. Ele comentou, ainda, o significado de lançar a pré-candidatura em 28 de junho, Dia do Orgulho LBGT. “Eu nunca omiti, ao contrário, sou o primeiro candidato a governador deste País assumidamente gay. Isso não me tornará um governador melhor, mas mostrará para a nossa sociedade que é preciso acabar com a hipocrisia e saber que existem várias crianças e adolescentes LGBTs que sofrem, muitas vezes, discriminação”, disse ele, ao denunciar, também, os assassinatos de pessoas LGBT no Brasil.
Agenda
Guilherme Boulos, por sua vez, teve atividades na Capital durante todo o dia e, à noite, após participar de debate sobre Segurança Pública na Universidade Federal do Ceará (UFC), compareceu ao ato no PSOL. Ele sustentou que as pré-candidaturas do partido, em âmbito nacional e também estadual, devem “enfrentar os golpes que o povo brasileiro tem sofrido”. Por isso, disse que não é razoável “que um projeto que tenta mudar o País, que seja oposição ao Governo Temer, componha com gente do Governo Temer” no Ceará.
Com 1% das intenções de voto em pesquisa Ibope divulgada ontem, Boulos disse mais cedo, na Assembleia Legislativa, que estas eleições serão as mais imprevisíveis dos últimos 30 anos e que o cenário está “aberto”, principalmente, se observado o número de eleitores que declaram voto branco ou nulo, ou mesmo daqueles que não sabem em quem votar. Ele busca alavancar a candidatura com foco no diálogo com a juventude e na prática do “porta a porta” pelo País.