O RISCO DE UMA ALIANÇA INFORMAL
Para Cid e Ciro, o risco é nenhum. Faturam indiretamente porque a presença do presidente do Senado como virtual aliado ajudou a desarticular a oposição no Ceará. A parceria de 2014 (PR/MDB/PSDB) foi pras cucuias, Tasso tenta emplacar o General Theophilo e o Capitão Wagner (Pros), que disputa vaga na Câmara dos Deputados, é voz solitária na Assembleia Legislativa, hoje um apêndice do Palácio da Abolição. De blocão quatro anos atrás a bloquinho agora, a oposição foi minguando até chegar ao estado de penúria.
Camilo também ganha porque elimina um foco de resistência a seu governo e amplia sua base de apoio, a maior da história no Ceará desde a redemocratização, como mostrou o repórter Wagner Mendes neste O POVO outro dia.
E Eunício? Leva o quê? Bom, aí é mais complicado. O emedebista tinha a pretensão de integrar a chapa governista, mas vai ter de se contentar com uma gambiarra. Verdade que Cid prometeu eterna gratidão a quem apoiar Ciro na campanha. Gratidão, sim. Compromisso, não. E candidato não pode depender apenas de boa vontade. Precisa de apoios, tempo, dinheiro e votos.
Eunício tem uma boa base no Interior e dinheiro pra bancar a campanha, mas conseguirá se descolar de Michel Temer no Estado? Terá apoio suficiente do clã? Sem querer, o emedebista, ao abandonar o barco da oposição, talvez tenha se colocado numa posição de extremo risco.