A base governista na Assembleia Legislativa ainda não sabe como os partidos aliados se comportarão na construção de coligação partidária para o pleito que se avizinha. No entanto, alguns deputados têm como certo que a tese de um "blocão" que reúna todos os partidos está insustentável. Eles avaliam, porém, como natural o interesse do Governo em querer todos os partidos unidos em um único agrupamento, bem como a proposta de "rodízio" apresentada pelo secretário Nelson Martins.
Em entrevista recente ao Diário do Nordeste, o chefe da Casa Civil salientou que os deputados que não forem reeleitos podem ser acomodados na gestão ou voltar ao Legislativo Estadual após "rodízio", que geralmente é realizado pelo Executivo para acomodar aliados.
O presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque (PDT), defende a existência de mais de um bloco para que parlamentares sejam reeleitos e que novatos possam também disputar em igualdade uma das 46 vagas da Casa. "Todos que estão aqui e que vão colocar seu nome à disposição do julgamento popular têm meu apoio", disse ele, mas acrescentou: "Precisamos dar oportunidade àqueles que querem vir para cá. Por isso defendo mais de um bloco".
Sérgio Aguiar (PDT), por outro lado, apoia a tese do Governo e, segundo disse, quanto maior for o número de partidos juntos, melhor. "O projeto é único e eu defendo isso, até porque estou aqui para colaborar". Alguns membros do PDT defendem que o partido faça parte do "blocão" e outros apoiam coligação com o PP. No entanto, ainda ontem, conversas nos corredores da Casa davam conta de que PP e PT também estariam conversando.
O PCdoB, conforme informou o presidente da sigla, Luis Carlos Paes, dialoga com siglas de menor potencial. Segundo ele, a tese de "blocão" já está descartada. O deputado Julinho (PPS) também defende a formação de blocos menores. "Não adianta unir um deputado com potencial de 25 mil votos com um de 100 mil. Vamos fazer bloco menor. Isso já foi conversado com o governador e ele está ciente", afirmou o parlamentar.