A frase proferida pelo senador Tasso Jereissati (PSDB) durante o anúncio da pré-candidatura do general Guilherme Theophilo (PSDB) ao Governo do Estado, quando reconheceu que desde 1986 nunca esteve tão só, pegou oposicionistas de surpresa. Para além do poder de convencimento da base governista, alguns opositores atribuem a debandada de membros do grupo à falta de unidade do bloco diante de um distanciamento de suas lideranças.
No início da atual Legislatura, ao menos 15 deputados se diziam opositores ao Governo Camilo Santana (PT). No grupo, restaram apenas PSDB e PROS, após a ida do MDB, do PSD e do Solidariedade para a base governista. Os dois partidos têm quatro deputados: Capitão Wagner, Roberto Mesquita, Fernanda Pessoa e Carlos Matos.
Ely Aguiar (PSDC), apesar dos ataques que faz à gestão, diz ser "independente", e o PSOL, com um deputado, faz oposição de forma isolada. Soma-se a estes Heitor Férrer (SD), que não deve se alinhar ao posicionamento majoritário do Solidariedade como aliado de Camilo.
Na opinião de Roberto Mesquita (PROS), a fala do senador tucano pode ser interpretada como um apelo para que a coerência volte às discussões no processo eleitoral. Ele disse ainda que o ambiente na Assembleia é de "tristeza" dos dois lados. Na oposição por não ter conseguido se arregimentar, e do lado do Governo por não ter identidade. "Da mesma forma que a oposição pecou em não se unir, o Governo exagera na fala de identidade pelas alianças que faz".
A deputada Fernanda Pessoa afirmou que prevaleceram interesses particulares na debandada de ex-opositores. "Não acredito que tenha sido essa questão da falta de apoio (do grupo), mas de egoísmo mesmo". Para Carlos Matos, porém, é difícil fazer um julgamento da oposição quando o Governo não se importa com as diferenças ideológicas de partidos. "A política está podre. Tivemos ofensas pessoais e seria quase impossível que essas pessoas estivessem juntas".