A falta de abrigos públicos no Ceará para acolher os mais de um milhão e 260 mil idosos cearenses, como constatou reportagem publicada no Diário do Nordeste de ontem, quinta-feira, repercutiu na Assembleia Legislativa. Deputados de oposição questionaram, durante discursos, as prioridades dos investimentos do Governo do Estado que, na visão de alguns, alimentam um "projeto de fantasia", em detrimento da qualidade de vida da população.
A discussão sobre a situação da população idosa surgiu diante do contingente de 1.260.771 pessoas acima de 60 anos que vivem no Estado, de acordo com o IBGE, mas que dispõem de apenas um abrigo público, o Olavo Bilac, no bairro São Gerardo, em Fortaleza. Inclusive, esse equipamento, conforme mostrou a matéria deste jornal, enfrenta problemas estruturais e operacionais, que vêm sendo denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) desde 2013.
Para o deputado Ely Aguiar (PSDC), é preciso cuidar com carinho e dar um "tratamento humano" às pessoas idosas, que estão "relevadas ao terceiro plano", porque, ressaltou ele, o "velho" é aquele que passou a vida inteira contribuindo para o desenvolvimento da Nação. O parlamentar questionou, então, quais são as prioridades do governo estadual.
O deputado Roberto Mesquita (PROS) lembrou dos moradores de rua, no Centro de Fortaleza. Uma situação, para ele, contraditória, diante do desenvolvimento econômico do Estado.