Debate sobre o projeto de lei “Escola sem partido” acontece na manhã de hoje, a partir nas 9 horas, na Assembleia Legislativa do Ceará, em meio a protestos contra o tema do lado de fora da Casa. O evento está sendo organizado pelo Movimento Direita Ceará com o apoio da deputada estadual Dra Silvana (PMDB), presidente da Comissão de Educação da AL-CE.
As reações, por sua vez, partem do Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), além da Frente Escola sem Mordaça e do Bloco de Esquerda, que marcaram protesto no mesmo horário na frente da Assembleia.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), membro da comissão especial que discute o tema na Câmara dos Deputados, participa do debate. Além dele, secretários estaduais, professores, alunos e profissionais de outras categorias foram convidados, segundo o presidente do Direita Ceará Heitor Freire. “Mas muitos se negaram a ir”, diz.
Foi o caso do secretário de Educação do Ceará Idilvan Alencar. “Me nego a participar porque sou veemente contra esse projeto, porque ele é desrespeitoso com os professores e os alunos”, explica. Questionado se sua presença não seria importante para representar esse “outro lado” na discussão, ele afirma que “a divergência de opinião é salutar, mas esse projeto é além disso, é desrespeitoso”.
“Eu defendo uma escola que forma o cidadão para respeitar as pessoas, uma escola da tolerância. O grupo que defende esse projeto é o mesmo que é contra que se debata o preconceito de gênero nas escolas. São pessoas preconceituosas, intolerantes. Como eu vou discutir com as pessoas que defendem isso?”, diz.
Sobre as negativas, Heitor diz ter ficado “muito surpreso” e argumenta que “não é um projeto de esquerda nem de direita, é um projeto neutro”. Ele defende que haja uma “pluralidade de ideias” no debate e critica os protestos. “O Escola sem Partido só é uma lei da mordaça para os professores que querem doutrinar seus alunos, aqueles que querem ensinar suas matérias continuarão livres”.