Deputados estaduais repercutiram a “minirreforma” administrativa realizada pelo governador Camilo Santana (PT), com o anúncio de mudança no secretariado do governo.
De um lado, a oposição que fala em “reconhecimento da gestão tucana”. Do outro, aliados de Camilo que reafirmam a “oxigenação” para os próximos dois anos de governo, enaltecendo as nomeações.
Camilo confirmou os nomes do ex-vice-governador Maia Júnior (Planejamento) e do ex-reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jesualdo Farias (Cidades). O ex-deputado petista Nelson Martins, que comandava as Relações Institucionais, irá para a Casa Civil – a pasta anterior será extinta. Já Lúcio Ferreira Gomes migrou das Cidades para a Infraestrutura. Na semana passada, Camilo já havia anunciado os nomes do delegado federal André
Costa (Segurança Pública) e Socorro França (Justiça).
O líder do governo na Casa Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT), destacou que as indicações criam expectativas que possam dar contribuições positivas para as ações do governo, uma vez que “oxigenam” e “proporcionam novos rumos” às políticas públicas implementadas pela gestão Camilo Santana. Disse, ainda, que espera que os novos gestores continue o trabalho com êxito.
Já o deputado Leonardo Araújo (PMDB) – embora admita que a atitude do governador Camilo merece elogios – a mudança, na verdade, traduz um reconhecimento a gestão tucana, em especial ao trabalho do ex-governador Tasso Jereissati (hoje senador da República). “Observamos que Camilo buscou no sucesso de Tasso, a competência necessária para gerir as pastas do Estado”, frisou o peemedebista, em referência às nomeações de Maia Júnior (Planejamento) e Socorro França (Justiça), a quem atribuiu uma “vasta experiência e preparada para mediação”.
Segundo o peemedebista, é notório que os altos investimentos do governo resultaram em um “fracasso retumbante” na área da segurança pública, Araújo afirmou ter ficado “preocupado” com o discurso do secretário André Costa. “Na segurança, me preocupo quando o secretário diz que combaterá pequenos delitos para causar uma sensação de segurança. As palavras são efêmeras. Não apresentou, ainda, um plano de combate para violência instalada na cidade”, cobrou.
“Acordou a tempo”
Por sua vez, o deputado Carlos Matos (PSDB) disse que, diante do reconhecimento que o PSDB tem grandes quadros, “essa balançada é mais do que necessária diante dos desafios que temos na saúde, segurança, dentre outras”, ressaltando ainda que “o governo acordou a tempo”, o que, segundo ele, permitirá mudar os rumos de algumas políticas públicas.
“Marca”
Ely Aguiar (PSDC) afirmou que Camilo acabou tendo de adaptar seus planos as crises e, agora, “precisa ter ou deixar uma marca”, pois, segundo ele, até agora não possui. “Ele só vem administrando polêmicas em função de uma herança. Por exemplo, Acquario, Vila Olímpica e uma fila terrível, além de um Estado sem dinheiro e manda para Assembleia uma série de imposto”, frisou o parlamentar, acrescentando que a indicação de Maia Júnior poderá dar um novo rumo ao governo. Mas, ressaltou: “ele precisa ter liberdade e autonomia para trabalhar”. Ely Aguiar, ainda, chamou atenção para a nomeação de Nelson Martins. De acordo com ele, o petista tem “bom relacionamento” na vida pública, o que também contribuirá para uma “nova fisionomia” da gestão estadual.
Aguiar acredita que Socorro França poderá trazer um protagonismo, pois a ex-procuradora da Justiça possui um “diálogo melhor”, já que, segundo ele, o ex-secretário Hélio Leitão não possuía o “perfil” para a secretaria da Justiça.
Sobre as mudanças anunciadas na semana passada para a área da Segurança Pública, o parlamentar ressaltou que, apesar da nova indicação, “não podemos esperar que ele tenha uma varinha mágica, mas, pelo menos, as autoridades tem sentido o tamanho do problema”, fazendo referência ao sistema carcerário, que, de acordo com ele, é uma “falência total” em todo país.