Em uma escola no Centro, Heitor foi o primeiro dos postulantes a prefeito a votar. Ele esteve com Dimas Oliveira, seu candidato a vice
( Foto: Fabiane de Paula )
"Bora, Lôra, ligeiro que o sol tá quente", sinalizava o deputado federal do PT José Guimarães, enquanto a candidata do partido à Prefeitura de Fortaleza, a ex-prefeita e também parlamentar Luizianne Lins, caminhava em direção à Assembleia Legislativa do Ceará, na manhã de ontem, para votar. A espera dele e de outros apoiadores da sigla pela chegada da petista, primeiro anunciada pela assessoria para as 10h, e depois adiada para as 11h, só chegou ao fim às 11h35. Depois de ir à urna na cabine, porém, Luizianne demarcou que sua campanha na Capital foi importante para "o futuro" da esquerda e do PT, sem deixar de dizer que, até o fim, acreditaria na ida ao segundo turno.
"Foi uma campanha sem recurso, mas uma campanha alegre, militante, bacana, para dialogar com Fortaleza. Lamento só a gente ter tido muito pouco tempo de TV para falar mais tanta coisa que tinha para dizer, mas, no mais, eu acho que a democracia sempre é importante", disse, acompanhada do deputado estadual Elmano de Freitas, seu candidato a vice-prefeito, e também do senador José Pimentel e dos vereadores Deodato Ramalho e Guilherme Sampaio.
Aos jornalistas, a petista destacou que sua expectativa para a eleição era "a melhor possível", inclusive com chances de ir para o segundo turno. "Tanto acredito que eu não vou responder pergunta alguma de quem nós apoiaríamos no segundo turno, porque até abrirem todas as urnas nós vamos estar no segundo turno. Depois a gente conversa sobre a realidade futura, estando ou não estando no segundo turno. É conversa para depois".
Num momento em que a imagem do PT ainda sofre com os abalos do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e de nomes do partido investigados na Operação Lava-Jato por corrupção, a deputada federal fez questão, ainda, de pontuar que esta eleição é um marco para a "depuração dos quadros políticos do PT", bem como para o futuro da esquerda no Brasil.
"Quando o PT virou poder, do ponto de vista do núcleo central, que é o governo federal, houve muita gente oportunista que se filiou ao PT porque simplesmente não sabia viver fora do poder, independente de quem estivesse no poder. E eu acho que hoje nós estamos passando por uma depuração dos quadros políticos do PT, onde a gente vai saber de fato quem é socialista, quem sonha com uma sociedade mais justa, mais igualitária, de homens e mulheres livres e iguais. Então acho que essa campanha é um marco histórico fundamental para o futuro da esquerda, para o futuro do PT", afirmou.
Possibilidade de apoio
Já o candidato a prefeito Heitor Férrer (PSB), da coligação "Você pode acreditar", compareceu para votar por volta das 8h15, no Colégio Estadual Justiniano de Serpa, localizado no Centro.
Ele estava acompanhado de seu candidato a vice, Dimas Oliveira (REDE), e de um grupo de apoiadores. A movimentação de eleitores era tranquila no local. Heitor votou rápido e fez sinal positivo ao concluir o processo. Na saída, foi cumprimentado por uma eleitora.
Pouco antes de votar, o candidato declarou acreditar em uma reviravolta em relação ao que apontavam as pesquisas. "Sempre há expectativa de que nós estejamos à frente", disse. Heitor também fez um balanço dos 45 dias de campanha. "Tivemos a prática da democracia com os candidatos tendo plena condição de levar à sociedade os seus planos de governo. A sociedade teve a condição de ter oito candidatos. Portanto, é um bom leque para cada um acertar", avaliou.
Minirreforma
O pessebista minimizou o impacto da minirreforma eleitoral na campanha. "Posso dizer que para mim foi até melhor porque a minha campanha anterior foi franciscana. Eu arrecadei muito pouco. Nessa menos, mas eu já estava adequado a esse sistema". Heitor acrescentou que "para alguns, certamente, não fez diferença porque a riqueza das campanhas nas ruas mostra que a arrecadação foi muito grande", em referência aos três candidatos que tiveram votação mais expressiva que ele.
Mesmo com discurso confiante, Heitor sinalizou, pouco antes de votar, que a coligação pode decidir apoiar algum dos candidatos escolhidos pelo eleitor de Fortaleza para a disputa do 2º turno. "A direção partidária estadual, o Danilo Forte, é quem vai, depois do pleito encerrado, decidir. Vamos nos reunir ou como participantes do segundo turno ou como coadjuvantes, se o partido assim entender", disse. O candidato não teve agenda após a votação e foi ao comitê de campanha acompanhar a apuração dos votos no fim da tarde.