Deputada Fernanda Pessoa diz sentir falta de unidade no grupo das mulheres, formado para defender causas femininas no Legislativo
( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
A Assembleia Legislativa do Ceará, atualmente, tem sete mulheres com atuação parlamentar, uma das maiores representações da história recente da Casa. No entanto, apesar de em maior número do que na legislatura passada elas pouco têm discutido pautas em comum para pensar este setor da sociedade, o que de certo modo, tem esvaziado a Frente Parlamentar do Direito da Mulher.
De acordo com a deputada Fernanda Pessoa (PR), que preside o colegiado, as mulheres da Casa estão cada vez mais dispersas, seja pelos compromissos pessoais, seja pelas motivações eleitorais. Atualmente Bethrose (PMB) e Laís Nunes (PMB) são pré-candidatas, respectivamente, nos municípios de São Gonçalo do Amarante e Icó. Augusta Brito (PCdoB), por sua vez, está licenciada para ajudar no pleito de seus correligionários.
A republicana afirmou que somente Silvana Oliveira (PMDB) e Rachel Marques (PT) têm ajudado na condução dos trabalhos em conjunto visando melhorias para as mulheres no Ceará. "A gente tenta unificar a Frente Parlamentar do Direito da Mulher, nas ideias e trabalho, mas desde o início do ano que as atividades estão dispersas", afirmou. As principais discussões do grupo no que diz respeito a este setor da sociedade são a saúde e a violência contra as mulheres.
"A gente quase nunca vê a deputada Aderlânia na Casa e não pode contar com ela no dia a dia das ações. A Bethrose está em pré-campanha, e a Augusta tirou licença. A Laís também está em pré-campanha no Icó. Como você pode ver, ficam só três deputadas de um total de sete", disse. Segundo ela, o ideal seria todas as sete mulheres trabalhando de forma unida, coesa, mas o que tem acontecido é uma dispersão entre as parlamentares.
Unidade
"Nós criamos a Frente para unir os projetos em comum das deputadas, mas não sei porque isso não acontece. Meus projetos, só faço pela Frente Parlamentar, porque dá mais respaldo. Mas cada uma quer ter um projeto seu. Sinto que falta unidade", lamentou. Segundo ela, na legislatura passada as deputadas eram mais unidades. "Não sei se isso acontece por elas serem novatas e querem mostrar trabalho nos seus municípios".
Ao contrário do que disse Fernanda Pessoa, a deputada Aderlânia Noronha afirmou que tem se dedicado ao trabalho de melhoria das condições de vida das mulheres, principalmente, participando de eventos e apresentando propostas par ao setor. "Nós já participamos de algumas reuniões, uma delas, inclusive sobre a saúde da mulher. Debatemos sobre questões de mamografia e a vergonha que as mulheres sentem em fazer determinados exames", disse.
Silvana Oliveira ressaltou que o perfil de algumas deputadas é mais de ficar em suas bases, principalmente agora em período pré-eleitoral. "Isso é compreensível. As outras mulheres, percebo eu, são extremamente assíduas. No dia a dia, as sessões com quórum sempre tem a presença das sete mulheres na Casa".
De acordo com a peemedebista a Frente Parlamentar do Direito da Mulher tem um perfil que lhe agrada, visto que não defende pautas feministas, "implicantes". "Ela pauta o que é necessário para a sociedade. Acho que nós mulheres temos nos saído bem, e penso que vamos influenciar as próximas eleições que elegerão mais de uma dezena de mulheres". Ela afirmou ainda que não quis cargo na Frente pois é estranha ao enfrentamento feito pelas mulheres. "Se a mulher faz esse enfrentamento, ela não alcançará igualdade".