De 49 fugas registradas entre 21 e 23 de maio, período de rebeliões e mortes nas penitenciárias da Região Metropolitana de Fortaleza, apenas 25 detentos foram recapturados, informou o secretário da Justiça e Cidadania, Hélio Leitão. 24 deles continuam foragidos. O número oficial de mortos nestas datas é de 18. Em 2015, 49 pessoas morreram nas penitenciárias, incluindo óbitos por causas naturais. Em 2014, foram 57 mortes.
O secretário ressaltou que o Ceará tem número de presos 92% acima da capacidade. São 24,1 mil detentos, dos quais 11,5 mil são provisórios — ainda não julgados e sentenciados. “A superlotação é a mãe de todos os problemas”, disse. Para ele, a morosidade no Judiciário e o pouco uso de penas alternativas são causas do gargalo.
Para Delci Teixeira, secretário da Segurança Pública, a superlotação do sistema prisional decorre do bom trabalho dos policiais. “72% dos presos são provisórios. Isso foge da capacidade, da competência da Segurança Pública e até mesmo da Sejus”, disse, sobre envolver outras pastas.
Transferências
Na madrugada de ontem, dois detentos foram transferidos do Ceará para a Penitenciária Federal de Porto Velho. Eles estavam ligados à tentativa de atentado à Assembleia Legislativa. O caso aconteceu na madrugada de 5 de abril, quando 13 quilos de explosivos foram encontrados dentro de carro abandonado no cruzamento da avenida Desembargador Moreira com a rua Francisco Holanda.
Nos últimos dois anos, o envio de detentos para penitenciárias de segurança máxima ocorreu 17 vezes. “Preso perigoso, preso que quer desenvolver liderança perigosa, preso que quer articular crime terá essa resposta”, comentou Leitão.