O governador do Estado, Camilo Santana (PT), defendeu a necessidade de “uma trégua” na crise política instalada no Congresso Nacional, tendo em vista as dificuldades que os estados têm tido de administrar, em função do colapso na economia brasileira. Antes de participar, ontem, da abertura oficial dos trabalhos na Assembleia Legislativa, o Governador falou sobre a dificuldade que tem enfrentado para gerir o Estado. O chefe do Executivo realizou ainda, um balanço do primeiro ano de sua gestão, no Ceará.
Conforme o Governador, a sua expectativa é de que, neste ano, haja uma recuperação na economia. “Em janeiro foi muito ruim. Foram R$ 73 milhões a menos do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Nominalmente, se colocar a inflação, dá R$ 133 milhões a menos em janeiro”, disse Camilo, apontando que agora é um momento “preocupante”, de “ “austeridade”. De acordo com Camilo, para evitar o agravamento da economia do Estado, o “ Governo vai continuar cortando onde tem que cortar”.
BrasíliaConforme ainda o chefe do Executivo, os governadores têm defendido a necessidade de que todas as lideranças políticas, partidárias, tem que ter a responsabilidade de “dar uma trégua no País”. “Porque o agravamento econômico do Brasil, se dá pela crise política. É preciso a gente acabar com essa disputa dentro do Congresso. Quem está perdendo é o trabalhador”, pontuou, defendendo a ideia de fim do impeachment. “ A imagem do Brasil fica muito negativa, como instável e inseguro por parte das pessoas e dos investidores”.
EleiçõesDurante a coletiva de imprensa, o Governador buscou silenciar sobre quem apoiará nas eleições à Prefeitura de Fortaleza. Questionado sobre se apoiará o PT Fortaleza, que defende candidatura própria, Camilo afirmou que, agora, começará a discutir com aliados essa questão.“Vou começar, agora, a dialogar com os partidos aliados, não só em Fortaleza, mas de todo o Ceará. Vou conversar não como governador, mas como Camilo, cidadão, filiado ao partido”, pontuou. Camilo negou ainda a informação de que sairá do PT, para o PDT, onde está grande parte de seus aliados políticos.
MensagemAo fazer a leitura da tradicional mensagem governamental, o petista destacou ações na segurança pública, seca, educação e saúde. Na segurança Pública, Camilo Santana avaliou que, como resultado de investimentos na área, o Ceará apresentou, pela primeira vez, nos últimos 17 anos, a redução nas mortes violentas no Estado. “Conseguimos diminuir em 9,5% os homicídios no Estado e 17% em Fortaleza, sendo que a meta nacional é a queda de 5% nesses números. Foram 420 vidas salvas em 2015”, frisou.
SecaCom relação à crise hídrica do Estado, o Governador citou o Plano Estadual de Convivência com a Seca, um conjunto de ações emergenciais e estruturantes, de curto, médio e longo prazos. Como a instalação de poços profundos e adutoras de engate rápido. Na educação, o governador lembrou a ampliação da oferta para 45 mil matrículas em 113 escolas profissionais de 84 municípios; a construção de mais cinco escolas profissionais e a concessão de bolsa-estágio para mais de 17 mil alunos.
SaúdeNa saúde, segundo disse, foram realizados mais de dois milhões e 600 mil atendimentos em Fortaleza, até novembro de 2015, na rede de urgência e emergência da Capital e do interior. “No mesmo período, as 22 UPAs do Estado realizaram quase 4 milhões e 400 mil atendimentos”, afirmou.Camilo também enfatizou que o Governo do Estado intensificará todos os esforços para combater o Aedes aegypti, mosquito que gera doenças como a dengue, chikungunya, febre amarela e zika vírus, que tem levado várias crianças a desenvolver-se durante a gestão com microcefalia. “Não tem outro caminho a não ser pela prevenção”, concluiu o Governador.